quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Australiana e norte-americano juntam-se a protestos de jovens timorenses em Dili

 


Díli, 10 dez (Lusa) - Uma cidadã australiana juntou-se hoje às dezenas de jovens timorenses que se têm manifestado diariamente em frente da embaixada da Austrália em Díli para expressar publicamente o desagrado com o Governo do seu país.
 
"Eu sou uma cidadã australiana e não estou contente com o Governo do meu país", afirmou Debora Cummins, em cima da carrinha de caixa aberta que serviu de palco improvisado para mais um protesto, que assinalou hoje também o Dia dos Direitos Humanos.
 
Um grupo de jovens timorenses iniciou quinta-feira passada manifestações diárias em frente à embaixada da Austrália para protestar contra o que consideram ser a ocupação ilegal do mar de Timor pelas autoridades australianas.
 
"Quero dizer que acabei de chegar da Austrália e que os meus amigos e família pensam que isto não é justo e manifestaram a sua solidariedade", disse Debora Cummins, que vive e trabalha em Díli, ao que se seguiu de aplausos e gritos de apoio dos jovens timorenses.
 
"Viva o povo da Austrália, viva o povo de Timor-Leste, viva a solidariedade", gritaram em uníssono os jovens timorenses, dando de seguida voz ao cidadão norte-americano Charles Scheiner, da organização não-governamental La'o Hamutuk, que tem criticado publicamente o Tratado sobre Certos Ajustes Marítimos no Mar de Timor (CMATS), no centro da polémica entre timorenses e australianos.
 
"A questão fundamental é a independência deste país e aquela luta não está completa enquanto não forem definidas as fronteiras marítimas", declarou Charles Scheiner, recordando que a Austrália e os Estados Unidos apoiaram a ocupação indonésia de Timor-Leste.
 
Os jovens timorenses decidiram organizar-se e saírem à rua em protesto, depois de, na semana passada, a secreta australiana fazer uma rusga ao escritório do advogado que representa Timor-Leste no processo de acusação de espionagem contra a Austrália, durante as negociações de um tratado sobre o Mar de Timor.
 
A secreta australiana confiscou ficheiros eletrónicos e documentos, apreendendo também o passaporte a um antigo espião, uma testemunha chave do processo.
 
Timor-Leste acusou formalmente, junto de um tribunal arbitral de Haia, a Austrália de espionagem quando estava a ser negociado o Tratado sobre Certos Ajustes Marítimos no Mar de Timor, em 2004.
 
Hoje, em declarações à agência Lusa, o ministro do Petróleo timorense, Alfredo Pires, declarou que as investigações timorenses identificaram quatro pessoas que terão alegadamente posto o sistema de escutas nos gabinetes do governo timorense.
 
MSE // ARA - Lusa
 

1 comentário:

Anónimo disse...

Espero que a Austrália se dobre ao Direito internacional

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