terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Portugal - BES – Inquérito parlamentar: CONTABILISTA DA ESI SABIA DE “MUITA COISA”




O ex-administrador do BES Manuel Fernando Espírito Santo Silva disse, esta terça-feira, que o contabilista da Espírito Santo International (ESI), Francisco Machado da Cruz, sabia de "muita coisa", demarcando-se dos problemas de ocultação de contas na ESI.

"Ele tratava das contas, por isso ele sabia de muita coisa", declarou o antigo administrador do BES e "chairman" da Rioforte na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES, onde está a ser ouvido desde as 09.00 horas.

"O dr. Machado da Cruz é uma pessoa que conheço e por quem tinha admiração", prosseguiu, reconhecendo problemas em março de 2014 aquando do pedido de gestão controlada da ESI: "Houve um historial que foi perdido", disse, referindo-se a documentação e informação que se terá perdido com responsabilidades do contabilista.

Manuel Fernando Espírito Santo Silva era presidente não executivo da Rioforte, a "holding" de topo da área não financeira do GES, e está a ser ouvido no parlamento na 15.ª audição da comissão de inquérito à gestão do BES e do GES.

Por seu turno, o contabilista responsável pelas contas da Espírito Santo International (ESI), Francisco Machado da Cruz, contactou na semana passada o presidente da comissão de inquérito do BES a mostrar "inteira disponibilidade" para ser ouvido no parlamento.

Negrão acrescentou ainda que será marcada a audição de Francisco Machado da Cruz - que, foi-lhe dito, "tem estado fora do país" - numa reunião de coordenadores dos diferentes partidos.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

A 3 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

Jornal de Notícias

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