domingo, 31 de maio de 2015

Portugal. Segurança Social. PCP acusa PS, PSD e CDS de tentarem "iludir" os portugueses




O secretário-geral do PCP acusou hoje PS, PSD e CDS-PP de tentarem "iludir" os portugueses ao quererem lançar uma contra-reforma da Segurança Social, que colocará em causa reformas e restringirá prestações sociais e a sustentabilidade do sistema.

"A sua vontade [de PS, PSD e CDS-PP] de iludir os portugueses acerca dos seus verdadeiros objetivos é tanta que parecem cataventos, desdizendo hoje o que afirmaram ontem, negando agora o que antes davam como certo e seguro e, naturalmente, a anunciar hoje o que não pensam cumprir amanhã. Veja-se o que se passa com a Segurança Social", disse Jerónimo de Sousa, na aldeia alentejana de Baleizão, no concelho de Beja.

Segundo Jerónimo de Sousa, PS, PSD e CDS-PP andam a "tentar iludir que o que pretendem é lançar uma nova contra-reforma da Segurança Social, pondo em causa as reformas e as pensões com novos cortes no futuro, aumentar a idade de reforma, restringir ainda mais as prestações sociais e a própria sustentabilidade do sistema público de Segurança Social".

Jerónimo de Sousa falava no comício da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural Catarina Eufémia, assassinada há 61 anos, naquela aldeia, pelas forças do regime ditatorial do Estado Novo.

Segundo o líder dos comunistas, PSD e CDS-PP inscreveram no Programa de Reformas apresentado pelo Governo à União Europeia "mais 600 milhões de euros de cortes nas reformas já em 2016" e o PS propõe "congelar as pensões nos próximos quatro anos, o que significaria, tendo em conta a inflação, um corte no valor das pensões de cerca de 900 milhões de euros".

"É tempo de dizer chega, de não voltar a cair em falsas soluções", defendeu Jerónimo de Sousa, acusando PS, PSD e CDS-PP de estarem "aí outra vez", com eleições legislativas "à porta", "a tentarem convencer todo o mundo que com eles tudo vai mudar para melhor".

"Aí estão eles, PSD/CDS-PP e PS, novamente a desfiar o rol dos enganos que os portugueses viram nas campanhas eleitorais anteriores. Uns e outros em bicos de pés esgrimindo diferenças secundárias para esconder o mesmo projeto ditado pela sua vinculação às orientações do grande capital", disse ainda.

De acordo com Jerónimo de Sousa, "a verdade é que, olhando para o que PSD e CDS-PP propõem e o que PS apresenta no seu programa eleitoral, bem se pode concluir que, no que é estruturante e decisivo, difícil é encontrar diferenças" e a questão da Segurança Social "é de uma clareza impressionante".

Em declarações aos jornalistas depois do comício, Jerónimo de Sousa disse que "é evidente que pode haver diferenças" entre as propostas de PS, PSD e CDS-PP "em termos de verbas, de ritmo, de graduação", mas as propostas dos socialistas "não são de molde a descansar".

A direita age "mais à bruta" e "o PS com mais inteligência, mas, no essencial, procura alterar sempre para pior o sistema da Segurança Social", disse.

Em relação à Segurança Social, as propostas dos socialistas "são contrárias à reposição do poder das reformas e pensões" e não definem "uma política de proteção social, particularmente em relação a desempregados", disse, referindo que o PS anunciou a taxação do Valor Acrescentado Líquido (VAL), fazendo "cópia" de uma proposta apresentada pelo PCP durante a discussão do Orçamento do Estado para este ano.

"Finalmente, o PS encontrou no PCP uma referência" e "fez essa cópia em relação ao VAL", mas "que pena não defender a rutura e uma verdadeira política alternativa em vez da alternância, que, no essencial, está a propor aos portugueses de novo", lamentou.

Lusa, em Notícias ao Minuto

João Oliveira. Aliança entre PSD e PS "não seria de estranhar"

O líder parlamentar do PCP não acredita que PS ou PSD, a quem chamou “partidos da troika”, consigam alcançar uma maioria absoluta.

“Considerando os compromissos que PS e PSD têm, não seria de estranhar que procurassem uma composição de aliança entre os dois” caso nenhum consiga uma maioria absoluta nas legislativas, diz o líder parlamentar do PCP.

Para João Oliveira, são também esses “compromissos políticos” que excluem uma hipótese de o PCP integrar um governo socialista, disse em entrevista ao Jornal de Noticias.

“O problema não é António Costa, António José Seguro ou qualquer dirigente do PS”, reforçou, mas sim o facto de o PS exercer “uma política de direita”.

Admitir o aumento da idade da reforma e o corte das pensões sociais são dois exemplos de como o PS “vai ao encontro do que a coligação propõe”.

Sobre o programa eleitoral socialista, João Oliveira criticou ainda “a ilusão e a falta de rigor” nas previsões sobre o futuro do país.

Notícias ao Minuto

Jerónimo de Sousa. Propostas dos emigrantes vão integrar programa eleitoral do PCP

Jerónimo de Sousa prometeu hoje, em Paris, que vai integrar as propostas "de valor" do movimento associativo português em França no programa eleitoral do Partido Comunista Português (PCP).

No final de um encontro com responsáveis do movimento associativo português, na Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, nos arredores da capital francesa, o líder comunista proferiu um breve discurso, no qual considerou que as associações de emigrantes se "têm vindo a substituir àquilo que era devido ao Estado português" e prometeu ouvi-las.

"Assumiremos a responsabilidade de que as contribuições, que consideramos de valor, vão integrar o nosso programa eleitoral. Esta palavra de honra aqui dada é uma garantia que quero dar em nome do Partido Comunista Português", declarou o secretário-geral do PCP.

Questionado pela Lusa sobre que propostas poderão integrar o programa eleitoral do PCP, Jerónimo de Sousa falou na "valorização do movimento associativo" e em apoios à língua portuguesa e à rede consular, apontando que "em França, quase meia França ficou sem consulados".

"Essa valorização do movimento associativo deve ser traduzida no concreto em apoios que se fundamentem e se justifiquem para a sua ação, particularmente em torno de uma questão central que é o ensino do português. Há um processo de desresponsabilização do ensino", disse Jerónimo de Sousa, referindo que "a Constituição exige que o Estado desenvolva o ensino público de educação gratuito e não com este sentido discriminatório em relação aos filhos dos emigrantes".

Durante o primeiro discurso da jornada, o secretário-geral do PCP falou, ainda, em "profunda hipocrisia" da parte do Presidente da República, Cavaco Silva.

"Considero profunda hipocrisia aquilo que o Presidente da República fez há duas semanas que foi dizer 'Regressem a Portugal'. Foi o Governo que disse vão-se embora, vão para o estrangeiro, emigrem. O que é que o Presidente da República quer oferecer a esses jovens que está a convidar a regressar a Portugal? Quando nós conhecemos a realidade, uma situação dramática. Hoje em Portugal existem mais de dois milhões e quinhentos mil pobres ou em risco de pobreza", declarou.

Jerónimo de Sousa acusou o Governo de se ter "descomprometido perante a comunidade[portuguesa]" e lembrou, também, o "novo surto de emigração, 400 mil em quatro anos", indicacando que "mesmo aqui em França, a emigração portuguesa foi superior à marroquina e argelina em termos de entrada recente, embora a grande percentagem tenha ido para Inglaterra e para o Reino Unido".

O líder comunista está, este sábado, na Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, nos arredores de Paris, um dia depois de ter participado num jantar da CDU na Associação Portuguesa Sanjorgense em Düsseldorf, na Alemanha, tendo em vista as legislativas de setembro/outubro. Do programa consta ainda um "almoço-convívio" com simpatizantes da CDU e um concerto de fado.

Lusa, em Notícias ao Minuto

Município. CDU quer plano de manutenção para bairros sociais do Porto

O vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, defendeu hoje um "plano de manutenção claro" para os bairros sociais da cidade, baseado no valor arrecadado pelo município com as rendas.

"Se não houver uma manutenção clara, um plano de manutenção claro, baseado no valor das rendas (...), temos um problema de gastar dinheiro de forma sistemática sem resolver questões e que deixa os moradores a viver em condições de habitabilidade que não são as melhores", afirmou à Lusa, no âmbito de uma visita que efetuou esta manhã ao bairro Agra do Amial.

Segundo o vereador, naquele conjunto habitacional, que sofreu obras de requalificação há mais de 10 anos, ainda com o anterior executivo liderado por Rui Rio, há moradores que se queixam de muita humidade e bolores nas paredes.

Para o comunista, o executivo deve discutir a criação de um plano para a manutenção dos bairros sociais.

"Se compreendo que há bairros que ainda não foram requalificados e que precisam de o ser", disse, "também é preciso garantir que, pelo menos de sete em sete anos, o montante do valor das rendas, que atualmente atinge os 8,5 milhões de euros, é utilizado nestas manutenções das requalificações que foram feitas".

Na opinião de Pedro Carvalho, a autarquia deve "separar aquilo que é a grande requalificação que ainda não foi feita da manutenção das requalificações [já feitas há anos], que tem de ser feita de forma periódica".

Segundo disse, o valor que é obtido das rendas dos bairros é usado para essas empreitadas de manutenção, mas "muitas vezes também financia aquilo que é a grande requalificação" do edificado.

O comunista destacou que, no âmbito dos fundos comunitários do Portugal 2020, em especial do Norte 2020 nas rubricas de eficiência energética, é possível "arranjar verbas" para as grandes requalificações.

"Sentimos que houve bairros requalificados há dez, 12 e 13 anos que mantêm problemas estruturais", como o Agra do Amial, e que é preciso haver uma manutenção clara desses bairros", vincou.

O autarca destacou ainda problemas no "exterior do bairro", designadamente nos arruamentos, nos estacionamentos e em equipamentos sociais dos bairros".

No caso do bairro Agra do Amial, apontou o ringue, que "hoje está um perigo", cujos ferros de sustentação estão virados para a via pública".

Pedro Carvalho pretende levar estes assuntos à próxima reunião de Câmara, na terça-feira, para que ainda "durante este mandato possa ser enquadrado num plano de investimento plurianual".

Lusa, em Notícias ao Minuto

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