O
secretário-geral do PCP acusou hoje PS, PSD e CDS-PP de tentarem
"iludir" os portugueses ao quererem lançar uma contra-reforma da
Segurança Social, que colocará em causa reformas e restringirá prestações
sociais e a sustentabilidade do sistema.
"A
sua vontade [de PS, PSD e CDS-PP] de iludir os portugueses acerca dos seus
verdadeiros objetivos é tanta que parecem cataventos, desdizendo hoje o que
afirmaram ontem, negando agora o que antes davam como certo e seguro e,
naturalmente, a anunciar hoje o que não pensam cumprir amanhã. Veja-se o que se
passa com a Segurança Social", disse Jerónimo de Sousa, na aldeia
alentejana de Baleizão, no concelho de Beja.
Segundo
Jerónimo de Sousa, PS, PSD e CDS-PP andam a "tentar iludir que o que
pretendem é lançar uma nova contra-reforma da Segurança Social, pondo em causa
as reformas e as pensões com novos cortes no futuro, aumentar a idade de
reforma, restringir ainda mais as prestações sociais e a própria
sustentabilidade do sistema público de Segurança Social".
Jerónimo
de Sousa falava no comício da tradicional homenagem do PCP à trabalhadora rural
Catarina Eufémia, assassinada há 61 anos, naquela aldeia, pelas forças do
regime ditatorial do Estado Novo.
Segundo
o líder dos comunistas, PSD e CDS-PP inscreveram no Programa de Reformas
apresentado pelo Governo à União Europeia "mais 600 milhões de euros de
cortes nas reformas já em 2016" e o PS propõe "congelar as pensões
nos próximos quatro anos, o que significaria, tendo em conta a inflação, um corte
no valor das pensões de cerca de 900 milhões de euros".
"É
tempo de dizer chega, de não voltar a cair em falsas soluções", defendeu
Jerónimo de Sousa, acusando PS, PSD e CDS-PP de estarem "aí outra
vez", com eleições legislativas "à porta", "a tentarem
convencer todo o mundo que com eles tudo vai mudar para melhor".
"Aí
estão eles, PSD/CDS-PP e PS, novamente a desfiar o rol dos enganos que os
portugueses viram nas campanhas eleitorais anteriores. Uns e outros em bicos de
pés esgrimindo diferenças secundárias para esconder o mesmo projeto ditado pela
sua vinculação às orientações do grande capital", disse ainda.
De
acordo com Jerónimo de Sousa, "a verdade é que, olhando para o que PSD e
CDS-PP propõem e o que PS apresenta no seu programa eleitoral, bem se pode
concluir que, no que é estruturante e decisivo, difícil é encontrar
diferenças" e a questão da Segurança Social "é de uma clareza
impressionante".
Em
declarações aos jornalistas depois do comício, Jerónimo de Sousa disse que
"é evidente que pode haver diferenças" entre as propostas de PS, PSD
e CDS-PP "em termos de verbas, de ritmo, de graduação", mas as
propostas dos socialistas "não são de molde a descansar".
A
direita age "mais à bruta" e "o PS com mais inteligência, mas,
no essencial, procura alterar sempre para pior o sistema da Segurança
Social", disse.
Em
relação à Segurança Social, as propostas dos socialistas "são contrárias à
reposição do poder das reformas e pensões" e não definem "uma
política de proteção social, particularmente em relação a desempregados",
disse, referindo que o PS anunciou a taxação do Valor Acrescentado Líquido
(VAL), fazendo "cópia" de uma proposta apresentada pelo PCP durante a
discussão do Orçamento do Estado para este ano.
"Finalmente,
o PS encontrou no PCP uma referência" e "fez essa cópia em relação ao
VAL", mas "que pena não defender a rutura e uma verdadeira política
alternativa em vez da alternância, que, no essencial, está a propor aos
portugueses de novo", lamentou.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
João
Oliveira. Aliança entre PSD e PS "não seria de estranhar"
O
líder parlamentar do PCP não acredita que PS ou PSD, a quem chamou “partidos da
troika”, consigam alcançar uma maioria absoluta.
“Considerando
os compromissos que PS e PSD têm, não seria de estranhar que procurassem uma
composição de aliança entre os dois” caso nenhum consiga uma maioria absoluta
nas legislativas, diz o líder parlamentar do PCP.
Para
João Oliveira, são também esses “compromissos políticos” que excluem uma
hipótese de o PCP integrar um governo socialista, disse em entrevista ao Jornal
de Noticias.
“O
problema não é António Costa, António José Seguro ou qualquer dirigente do PS”,
reforçou, mas sim o facto de o PS exercer “uma política de direita”.
Admitir
o aumento da idade da reforma e o corte das pensões sociais são dois exemplos
de como o PS “vai ao encontro do que a coligação propõe”.
Sobre
o programa eleitoral socialista, João Oliveira criticou ainda “a ilusão e a
falta de rigor” nas previsões sobre o futuro do país.
Notícias ao Minuto
Jerónimo
de Sousa. Propostas dos emigrantes vão integrar programa eleitoral do PCP
Jerónimo
de Sousa prometeu hoje, em Paris, que vai integrar as propostas "de
valor" do movimento associativo português em França no programa eleitoral
do Partido Comunista Português (PCP).
No
final de um encontro com responsáveis do movimento associativo português, na
Associação Franco-Portuguesa de Puteaux, nos arredores da capital francesa, o
líder comunista proferiu um breve discurso, no qual considerou que as
associações de emigrantes se "têm vindo a substituir àquilo que era devido
ao Estado português" e prometeu ouvi-las.
"Assumiremos
a responsabilidade de que as contribuições, que consideramos de valor, vão
integrar o nosso programa eleitoral. Esta palavra de honra aqui dada é uma
garantia que quero dar em nome do Partido Comunista Português", declarou o
secretário-geral do PCP.
Questionado
pela Lusa sobre que propostas poderão integrar o programa eleitoral do PCP,
Jerónimo de Sousa falou na "valorização do movimento associativo" e
em apoios à língua portuguesa e à rede consular, apontando que "em França,
quase meia França ficou sem consulados".
"Essa
valorização do movimento associativo deve ser traduzida no concreto em apoios
que se fundamentem e se justifiquem para a sua ação, particularmente em torno
de uma questão central que é o ensino do português. Há um processo de
desresponsabilização do ensino", disse Jerónimo de Sousa, referindo que
"a Constituição exige que o Estado desenvolva o ensino público de educação
gratuito e não com este sentido discriminatório em relação aos filhos dos
emigrantes".
Durante
o primeiro discurso da jornada, o secretário-geral do PCP falou, ainda, em
"profunda hipocrisia" da parte do Presidente da República, Cavaco
Silva.
"Considero
profunda hipocrisia aquilo que o Presidente da República fez há duas semanas
que foi dizer 'Regressem a Portugal'. Foi o Governo que disse vão-se embora,
vão para o estrangeiro, emigrem. O que é que o Presidente da República quer
oferecer a esses jovens que está a convidar a regressar a Portugal? Quando nós
conhecemos a realidade, uma situação dramática. Hoje em Portugal existem mais
de dois milhões e quinhentos mil pobres ou em risco de pobreza", declarou.
Jerónimo
de Sousa acusou o Governo de se ter "descomprometido perante a
comunidade[portuguesa]" e lembrou, também, o "novo surto de
emigração, 400 mil em quatro anos", indicacando que "mesmo aqui em
França, a emigração portuguesa foi superior à marroquina e argelina em termos
de entrada recente, embora a grande percentagem tenha ido para Inglaterra e
para o Reino Unido".
O
líder comunista está, este sábado, na Associação Franco-Portuguesa de Puteaux,
nos arredores de Paris, um dia depois de ter participado num jantar da CDU na
Associação Portuguesa Sanjorgense em Düsseldorf, na Alemanha, tendo em vista as
legislativas de setembro/outubro. Do programa consta ainda um
"almoço-convívio" com simpatizantes da CDU e um concerto de fado.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
Município. CDU
quer plano de manutenção para bairros sociais do Porto
O
vereador da CDU na Câmara do Porto, Pedro Carvalho, defendeu hoje um
"plano de manutenção claro" para os bairros sociais da cidade,
baseado no valor arrecadado pelo município com as rendas.
"Se
não houver uma manutenção clara, um plano de manutenção claro, baseado no valor
das rendas (...), temos um problema de gastar dinheiro de forma sistemática sem
resolver questões e que deixa os moradores a viver em condições de
habitabilidade que não são as melhores", afirmou à Lusa, no âmbito de uma
visita que efetuou esta manhã ao bairro Agra do Amial.
Segundo
o vereador, naquele conjunto habitacional, que sofreu obras de requalificação
há mais de 10 anos, ainda com o anterior executivo liderado por Rui Rio, há
moradores que se queixam de muita humidade e bolores nas paredes.
Para
o comunista, o executivo deve discutir a criação de um plano para a manutenção
dos bairros sociais.
"Se
compreendo que há bairros que ainda não foram requalificados e que precisam de
o ser", disse, "também é preciso garantir que, pelo menos de sete em
sete anos, o montante do valor das rendas, que atualmente atinge os 8,5 milhões
de euros, é utilizado nestas manutenções das requalificações que foram
feitas".
Na
opinião de Pedro Carvalho, a autarquia deve "separar aquilo que é a grande
requalificação que ainda não foi feita da manutenção das requalificações [já
feitas há anos], que tem de ser feita de forma periódica".
Segundo
disse, o valor que é obtido das rendas dos bairros é usado para essas
empreitadas de manutenção, mas "muitas vezes também financia aquilo que é
a grande requalificação" do edificado.
O
comunista destacou que, no âmbito dos fundos comunitários do Portugal 2020, em
especial do Norte 2020 nas rubricas de eficiência energética, é possível
"arranjar verbas" para as grandes requalificações.
"Sentimos
que houve bairros requalificados há dez, 12 e 13 anos que mantêm problemas
estruturais", como o Agra do Amial, e que é preciso haver uma manutenção
clara desses bairros", vincou.
O
autarca destacou ainda problemas no "exterior do bairro",
designadamente nos arruamentos, nos estacionamentos e em equipamentos sociais
dos bairros".
No
caso do bairro Agra do Amial, apontou o ringue, que "hoje está um
perigo", cujos ferros de sustentação estão virados para a via
pública".
Pedro
Carvalho pretende levar estes assuntos à próxima reunião de Câmara, na
terça-feira, para que ainda "durante este mandato possa ser enquadrado num
plano de investimento plurianual".
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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