sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Portugal - Manuel Alegre: “CAVACO DEIXA PASSAR TUDO”

 


Ex-candidato presidencial criticou Cavaco Silva, que "deixa passar tudo" ao Governo e "não está a funcionar como último garante da democracia".

Mariana Cabral - Expresso
 
Manuel Alegre criticou duramente o Presidente da República, Cavaco Silva, que acusa de não estar a funcionar "como último garante da democracia" portuguesa.
 
"O senhor Presidente da República deixa passar tudo e acho que não é só por afinidade política e ideológica", disse Alegre, em entrevista à SIC Notícias, esta noite. "A nossa democracia está muito esvaziada", opinou o ex-candidato presidencial.
 
O socialista diz que Cavaco Silva tem sido cúmplice do Governo de Passos Coelho no "empobrecimento" do país, que tem acontecido de forma "intencional, de acordo com uma agenda ideológica que pretende o desmantelamento do Estado social", defende.
 
Manuel Alegre contesta as pressões a que o Tribunal Constitucional tem sido sujeito e recorda que a Constituição portuguesa tem de ser cumprida. "O Tribunal Constitucional não faz mais do que a sua obrigação, porque são as leias do Governo que têm de se sujeitar à Constituição e não o contrário", explicou. "Passos Coelho pode dizer que a Constituição não dá de comer, mas dá, porque é o que garante os nossos direitos", acrescentou.
 
"Sócrates teve de defender-se porque foi muito atacado"
 
Questionado sobre o reaparecimento do ex-primeiro-ministro José Sócrates na comunicação social, a propósito do lançamento do livro "A confiança no mundo", Alegre elogiou o antigo líder do PS. "Li o seu livro e acho que é muito interessante e muito corajoso", começou por dizer.
 
"José Sócrates foi um líder carismático do PS", admitiu. "Tive muito desentendimentos com ele [risos], embora tenhamos uma relação cordial", revelou Alegre. "Teve de defender-se porque foi muito atacado e houve muita mentira na altura em que saiu do Governo, quando a direita quis que houvesse resgate".
 
Contudo, Alegre não crê que Sócrates volte à vida política, pelo menos para já. "Acho sinceramente que não tem nenhum projeto político", afirmou, acrescentando que António José Seguro está firme como líder socialista. "As pessoas podem ter mais ou menos empatia por ele, mas Seguro está lá por direito próprio".
 

Sem comentários:

Mais lidas da semana