Ex-candidato
presidencial criticou Cavaco Silva, que "deixa passar tudo" ao
Governo e "não está a funcionar como último garante da democracia".
Mariana Cabral - Expresso
Manuel Alegre
criticou duramente o Presidente da República, Cavaco Silva, que acusa de não
estar a funcionar "como último garante da democracia" portuguesa.
"O senhor
Presidente da República deixa passar tudo e acho que não é só por afinidade
política e ideológica", disse Alegre, em entrevista à SIC Notícias, esta
noite. "A nossa democracia está muito esvaziada", opinou o
ex-candidato presidencial.
O socialista diz
que Cavaco Silva tem sido cúmplice do Governo de Passos Coelho no
"empobrecimento" do país, que tem acontecido de forma
"intencional, de acordo com uma agenda ideológica que pretende o
desmantelamento do Estado social", defende.
Manuel Alegre
contesta as pressões a que o Tribunal Constitucional tem sido sujeito e recorda
que a Constituição portuguesa tem de ser cumprida. "O Tribunal
Constitucional não faz mais do que a sua obrigação, porque são as leias do
Governo que têm de se sujeitar à Constituição e não o contrário",
explicou. "Passos Coelho pode dizer que a Constituição não dá de comer,
mas dá, porque é o que garante os nossos direitos", acrescentou.
"Sócrates teve
de defender-se porque foi muito atacado"
Questionado sobre o
reaparecimento do ex-primeiro-ministro José Sócrates na comunicação social, a
propósito do lançamento do livro "A confiança no mundo", Alegre
elogiou o antigo líder do PS. "Li o seu livro e acho que é muito
interessante e muito corajoso", começou por dizer.
"José Sócrates
foi um líder carismático do PS", admitiu. "Tive muito
desentendimentos com ele [risos], embora tenhamos uma relação cordial",
revelou Alegre. "Teve de defender-se porque foi muito atacado e houve
muita mentira na altura em que saiu do Governo, quando a direita quis que
houvesse resgate".
Contudo, Alegre não
crê que Sócrates volte à vida política, pelo menos para já. "Acho
sinceramente que não tem nenhum projeto político", afirmou, acrescentando
que António José Seguro está firme como líder socialista. "As pessoas
podem ter mais ou menos empatia por ele, mas Seguro está lá por direito
próprio".
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