Díli,
14 jun (Lusa) - O chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres,
defendeu hoje uma cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)
com "grandes consensos" para que a organização possa avançar para o
mundo global.
"Esperamos
que depois da cimeira de Díli tenhamos grandes consensos para que possamos
avançar com a CPLP no mundo global", afirmou José Luís Guterres.
A
cimeira de chefes de Estados e de Governo da CPLP vai decorrer a 23 de julho em
Díli, quando Timor-Leste vai assumir pela primeira vez a presidência da
organização.
"Queremos
que desta cimeira saiam mais iniciativas e ideias para que possamos reforçar a
CPLP no seu conjunto e reforçar o desenvolvimento económico, social e de
bem-estar dos nossos países", salientou.
Para
o ministro timorense dos Negócios Estrangeiros, Timor-Leste está a fazer um
esforço para que os países da CPLP possam beneficiar da "dinâmica de
desenvolvimento económico e do progresso técnico" da Ásia, região onde o
país está inserido.
No
âmbito daquele esforço, Timor-Leste já propôs a criação de um consórcio no
setor energético, bem como a de um fundo de apoio ao desenvolvimento para o
setor privado e a realização de um fórum económico da CPLP.
"São
algumas ideias que estão a ser debatidas", sublinhou.
As
autoridades timorenses manifestaram já publicamente a intenção de criarem um
consórcio com os parceiros da CPLP para exploração "onshore" em
Timor-Leste.
O
objetivo é mobilizar esforços conjuntos dos Estados-membros para exploração
petrolífera na zona terrestre de Timor-Leste, principalmente na costa sul.
São
Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal já
manifestaram estar interessados na iniciativa, com exceção do Brasil devido às
necessidades internas relacionadas com os seus próprios recursos. Angola está a
analisar a proposta.
O
objetivo de Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a
presidência timorense da CPLP.
Questionado
pela Lusa sobre o fundo de desenvolvimento para o setor privado, o chefe da
diplomacia timorense disse que o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana
Gusmão, abordará o assunto com mais detalhe durante a cimeira.
"Temos
de fazer mais e melhorar nas relações de comunicação entre países, nomeadamente
nas questões de vistos e facilidade de viagens entre cidadãos dos nossos
países, possibilidade dos cidadãos trabalharem nos outros países quando
existirem condições de emprego", salientou, acrescentando que aquelas
questões também vão voltar a ser levantadas durante a cimeira.
Sobre
a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, que poderá ocorrer durante a cimeira de
Díli, e o que pode acrescentar à organização, José Luís Guterres referiu que a
energia é uma "questão estratégica que chama a atenção de todos".
"Por
exemplo, olhando para África, Angola é o segundo maior produtor de petróleo e a
Guiné Equatorial o terceiro. Moçambique tem reservas de gás natural enormes.
Podemos dizer que os nossos países, com pequenas exceções, têm os recursos
naturais da área energética que são hoje importantes para todo o mundo",
disse.
"Acredito
que a presença da Guiné Equatorial vai valorizar o conjunto dos países da CPLP
porque se olharmos para os nossos países cada um de nós tem recursos naturais
substanciais e os que não têm petróleo tem recursos humanos com uma experiência
de muitos anos que podem complementar as insuficiências de recursos humanos que
existem em outros dos nossos países", concluiu.
MSE//
PJA - Lusa
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