terça-feira, 17 de junho de 2014

Timor quer cimeira com grandes consensos para avançar para mundo global




Díli, 14 jun (Lusa) - O chefe da diplomacia de Timor-Leste, José Luís Guterres, defendeu hoje uma cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) com "grandes consensos" para que a organização possa avançar para o mundo global.

"Esperamos que depois da cimeira de Díli tenhamos grandes consensos para que possamos avançar com a CPLP no mundo global", afirmou José Luís Guterres.

A cimeira de chefes de Estados e de Governo da CPLP vai decorrer a 23 de julho em Díli, quando Timor-Leste vai assumir pela primeira vez a presidência da organização.

"Queremos que desta cimeira saiam mais iniciativas e ideias para que possamos reforçar a CPLP no seu conjunto e reforçar o desenvolvimento económico, social e de bem-estar dos nossos países", salientou.

Para o ministro timorense dos Negócios Estrangeiros, Timor-Leste está a fazer um esforço para que os países da CPLP possam beneficiar da "dinâmica de desenvolvimento económico e do progresso técnico" da Ásia, região onde o país está inserido.

No âmbito daquele esforço, Timor-Leste já propôs a criação de um consórcio no setor energético, bem como a de um fundo de apoio ao desenvolvimento para o setor privado e a realização de um fórum económico da CPLP.

"São algumas ideias que estão a ser debatidas", sublinhou.

As autoridades timorenses manifestaram já publicamente a intenção de criarem um consórcio com os parceiros da CPLP para exploração "onshore" em Timor-Leste.

O objetivo é mobilizar esforços conjuntos dos Estados-membros para exploração petrolífera na zona terrestre de Timor-Leste, principalmente na costa sul.

São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Portugal já manifestaram estar interessados na iniciativa, com exceção do Brasil devido às necessidades internas relacionadas com os seus próprios recursos. Angola está a analisar a proposta.

O objetivo de Timor-Leste é que o consórcio seja concretizado durante a presidência timorense da CPLP.

Questionado pela Lusa sobre o fundo de desenvolvimento para o setor privado, o chefe da diplomacia timorense disse que o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, abordará o assunto com mais detalhe durante a cimeira.

"Temos de fazer mais e melhorar nas relações de comunicação entre países, nomeadamente nas questões de vistos e facilidade de viagens entre cidadãos dos nossos países, possibilidade dos cidadãos trabalharem nos outros países quando existirem condições de emprego", salientou, acrescentando que aquelas questões também vão voltar a ser levantadas durante a cimeira.

Sobre a entrada da Guiné Equatorial na CPLP, que poderá ocorrer durante a cimeira de Díli, e o que pode acrescentar à organização, José Luís Guterres referiu que a energia é uma "questão estratégica que chama a atenção de todos".

"Por exemplo, olhando para África, Angola é o segundo maior produtor de petróleo e a Guiné Equatorial o terceiro. Moçambique tem reservas de gás natural enormes. Podemos dizer que os nossos países, com pequenas exceções, têm os recursos naturais da área energética que são hoje importantes para todo o mundo", disse.

"Acredito que a presença da Guiné Equatorial vai valorizar o conjunto dos países da CPLP porque se olharmos para os nossos países cada um de nós tem recursos naturais substanciais e os que não têm petróleo tem recursos humanos com uma experiência de muitos anos que podem complementar as insuficiências de recursos humanos que existem em outros dos nossos países", concluiu.

MSE// PJA - Lusa

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