O
Movimento para a Democracia (MpD) considerou hoje que o modelo económico e
social adoptado pelo Governo “está esgotado e falido” e responsabiliza o
executivo pelo “fraco crescimento da economia” cabo-verdiana.
Em
conferência de imprensa, o vice-presidente do MpD Olavo Correia disse que “o
Governo está a circular na contramão do crescimento económico, da redução do
desemprego e do aumento do rendimento disponível”.
Afirmou
que, perante esta situação, o Governo já não tem ambição e que já “deitou
toalha ao chão”, mesmo em face de “enormes oportunidades” no plano externo e de
potencialidades únicas do país.
Segundo
Olavo Correia, quando o executivo propõe e prevê uma fraca taxa de crescimento
de 3 por cento (%) para 2015, acompanhado de fortes desequilíbrios
macroeconómicos, nomeadamente de uma dívida pública excessiva muito acima da
riqueza produzida anualmente “é prova inequívoca de falta de ambição”.
“Quando
o Governo prevê défices orçamentais e da conta corrente nos dois dígitos, é
prova de falta de ambição face aos inúmeros desafios com que se confronta o
nosso país, ao nível do desemprego e do rendimento para as famílias”,
salientou.
No
entender do economista, “perante mais de 100 mil cabo-verdianos no desemprego e
no subemprego”, a economia cabo-verdiana deveria estar a crescer, no mínimo o
dobro do que propõe o Governo.
Fazendo
uma retrospectiva dos últimos três anos, Olavo Correia disse que segundo as
melhores estimativas, a economia cabo-verdiana deve ter estagnado entre 0 e 1%,
em média. Mesmo
depois de mais de 600 milhões de contos gastos”.
“O
governo não pode trazer a crise à colação porque existem sinais positivos do
lado externo. A economia europeia já saiu da recessão e deve crescer acima dos
1%”, argumentou o antigo secretário de Estado das Finanças e governador do
Banco de Cabo Verde.
Para
inverter a situação do país, o MpD propõe adoptar medidas de urgência para
salvar empresas e aumentar emprego e empreenderia reformas para aumentar o
potencial de crescimento da economia cabo-verdiana e o seu crescimento
efectivo.
As
reformas nos domínios da fiscalidade, do financiamento, do funcionamento da
máquina pública, da diplomacia económica e dos transportes aéreos e marítimos,
são outras medidas apontadas pelo principal partido da oposição.
O
MpD, segundo Olavo Correia, apostaria também no reforço da confiança na
economia, no cumprimento dos contratos, na redução da conflitualidade social e
na redução dos riscos: soberano, país e empresariais”.
O
maior partido da oposição daria “prioridade absoluta” à estruturação de uma
classe empresarial “endógena forte” e ao combate à informalidade.
“Um
novo quadro fiscal capaz de atrair fortemente o investimento endógeno e o
investimento director estrangeiro numa lógica de parceria virado, em primeiro
lugar para a exportação e a criação de empregos de qualidade para a juventude”,
são outras propostas, segundo Olavo Correia.
Entre
as medidas, o MpD, de acordo com o seu vice-presidente, adoptaria uma política
económica no sentido da edificação de uma indústria do trismo, geradora de
escala e capaz de alavancar os mais variados sectores da economia, desde a
cultura, passando pelo entretenimento, agricultura e pescas, sistema
financeiro, transportes e desenvolvimento industrial.
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