sábado, 7 de março de 2015

Cabo Verde. Modelo económico e social adoptado pelo Governo “está esgotado e falido”




O Movimento para a Democracia (MpD) considerou hoje que o modelo económico e social adoptado pelo Governo “está esgotado e falido” e responsabiliza o executivo pelo “fraco crescimento da economia” cabo-verdiana.

Em conferência de imprensa, o vice-presidente do MpD Olavo Correia disse que “o Governo está a circular na contramão do crescimento económico, da redução do desemprego e do aumento do rendimento disponível”.

Afirmou que, perante esta situação, o Governo já não tem ambição e que já “deitou toalha ao chão”, mesmo em face de “enormes oportunidades” no plano externo e de potencialidades únicas do país.

Segundo Olavo Correia, quando o executivo propõe e prevê uma fraca taxa de crescimento de 3 por cento (%) para 2015, acompanhado de fortes desequilíbrios macroeconómicos, nomeadamente de uma dívida pública excessiva muito acima da riqueza produzida anualmente “é prova inequívoca de falta de ambição”.

“Quando o Governo prevê défices orçamentais e da conta corrente nos dois dígitos, é prova de falta de ambição face aos inúmeros desafios com que se confronta o nosso país, ao nível do desemprego e do rendimento para as famílias”, salientou.

No entender do economista, “perante mais de 100 mil cabo-verdianos no desemprego e no subemprego”, a economia cabo-verdiana deveria estar a crescer, no mínimo o dobro do que propõe o Governo.

Fazendo uma retrospectiva dos últimos três anos, Olavo Correia disse que segundo as melhores estimativas, a economia cabo-verdiana deve ter estagnado entre 0 e 1%, em média. Mesmo depois de mais de 600 milhões de contos gastos”.

“O governo não pode trazer a crise à colação porque existem sinais positivos do lado externo. A economia europeia já saiu da recessão e deve crescer acima dos 1%”, argumentou o antigo secretário de Estado das Finanças e governador do Banco de Cabo Verde.

Para inverter a situação do país, o MpD propõe adoptar medidas de urgência para salvar empresas e aumentar emprego e empreenderia reformas para aumentar o potencial de crescimento da economia cabo-verdiana e o seu crescimento efectivo.

As reformas nos domínios da fiscalidade, do financiamento, do funcionamento da máquina pública, da diplomacia económica e dos transportes aéreos e marítimos, são outras medidas apontadas pelo principal partido da oposição.

O MpD, segundo Olavo Correia, apostaria também no reforço da confiança na economia, no cumprimento dos contratos, na redução da conflitualidade social e na redução dos riscos: soberano, país e empresariais”.

O maior partido da oposição daria “prioridade absoluta” à estruturação de uma classe empresarial “endógena forte” e ao combate à informalidade.

“Um novo quadro fiscal capaz de atrair fortemente o investimento endógeno e o investimento director estrangeiro numa lógica de parceria virado, em primeiro lugar para a exportação e a criação de empregos de qualidade para a juventude”, são outras propostas, segundo Olavo Correia.

Entre as medidas, o MpD, de acordo com o seu vice-presidente, adoptaria uma política económica no sentido da edificação de uma indústria do trismo, geradora de escala e capaz de alavancar os mais variados sectores da economia, desde a cultura, passando pelo entretenimento, agricultura e pescas, sistema financeiro, transportes e desenvolvimento industrial.

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