sábado, 7 de março de 2015

ISABEL INDIFERENTE A MISÉRIA COLECTIVA DOS ANGOLANOS CONTINUA A EXIBIR…


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... SAÚDE FINANCEIRA COM O NOSSO DINHEIRO

Folha 8 Digital (ao) – 07 março 2015

O povo está mal! Na miséria! Na discriminação! O dinheiro, para a maioria, escasseia, mas para uns poucos, os filhinhos do papai, nem o céu é o limite. Têm-no à rodos. Os milhões de dólares dos milhões de esfomeados, dá-lhes para todas orgias e caprichos, até o de verem a maioria autóctone e não só, na mais degradante indigência, até mesmo os antigos combatentes, que defenderam o regime. Mas, o Titular do Poder Executivo, culpa, exclusivamente, a baixa do preço do petróleo como a grande responsável. Será um contrasenso? A realidade está aos olhos de todos e a todos deve a mente impelir para uma tomada de decisão, face ao descaminho do país.

empresária Isabel dos Santos, atra­vés de uma das suas empresas, a Santoro, enviou uma carta aos pre­sidentes das comissões executivas dos bancos portugueses BPI, BCP e epanhol CaixaBank, pro­pondo a fusão entre os dois bancos lusos, onde ela é uma das accionistas de peso.

A carta, que é assinada por Mário Leite Silva, adminis­trador da Santoro e vogal do Conselho de Adminis­tração do BPI, propõe – com a alegada garantia do presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, por sinal, pai de Isabel dos San­tos, – a criação do maior banco privado português (BPI+BCP) actualmente, com interesses fortes em Angola, Moçambique e na Polónia, sendo inten­ção, segundo a Santoro, a criação de um núcleo ac­cionista forte centrado em Portugal.

“A intenção de Isabel dos Santos é dominar a banca dos países africanos de ex­pressão portuguesa e po­teriormente, abrir sucur­sais na Ucránia e Rússia, onde uma elite corrupta precisa de lavar dinheiro e ter uma porta aberta para mercados emergentes com facilidades financei­ras”, disse ao F8 o analista de assuntos económicos internacionais, Luís Acá­cio, para quem, “neste momento ter pequenos investimentos somente em Portugal, não pare­ce seguro para a dinastia corrupta angolana, pelo que pensam numa maior expansão e diversificação para não só encobrir os milionários roubops aos cofres públicos, como va­ticinar uma retaguarda se­gura, num eventual aban­dono abrupto do poder”, esclareceu.

Recorde-se ser Isabel dos Santos detentora de 18,6% do BPI e ao fazer uma pro­posta que choca com os interesses da Oferta Pú­blica de Aquisição (OPA) ao BPI por parte dos espa­nhóis do CaixaBank, que pretendem uma integra­ção ibérica dos dois ban­cos, embora o BPI conti­nue com a sua identidade própria, conforme disse o presidente do CaixaBank, Isidre Fainé.

A filha bilionária de um dos presidentes mais po­bres do mundo, segundo o próprio, enriqueceu com um toque de mágica, sem que antes tivesse desen­volvido qualquer activi­dade comercial de vulto, salvo o tráfico de influên­cia, pela ascendência, com esta iniciativa vai aboca­nhar, seguramente as ac­ções que a SONANGOL detém no BCP.

A fusão entre os dois bancos BPI e BCP a ser concretizada, o outro ac­cionista angolano, a SO­NANGOL, que nestes casos funciona como es­capatória, passaria a deter 13,52% da nova instituição, os espanhóis do Caixa­Bank ficariam com 13,44% (têm 44,1% do BPI), Isabel dos Santos com 5,76% e a Interoceânico com 1,8%.

“A estratégia final de Isa­bel dos Santos é, após a fusão dos dois bancos, ordenar a SONANGOL para a venda das suas ac­ções a “preço de feijões” a Santoro (empresa da filha do presidente de Ango­la), uma vez ser ele quem detém a exclusividade do poder de decisão no país”, esclareceu Luís Acácio.

Em Portugal, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) in­formou ter pedido esclare­cimentos a Isabel dos San­tos sobre uma eventual fusão que a empresária defenderá entre o BPI e o BCP, mas, até ao momen­to ainda não se conhece qualquer iniciativa públi­ca da bilionária, que o fará depois das negociações, que está a empreender em Angola, junto do mi­nistério das Finanças, para que este dê autorização ao BNA (Banco Nacional de Angola), visando as devi­das garantias necessárias para esta empreitada, se­gundo a fonte do F8.

O choque da notícia, de mais uma compra no es­trangeiro da bilionária, agitou a tribo política an­golana, levando a que os assessores presidenciais se estejam a desdobrar em explicações aos principais dirigentes do MPLA, so­bre mais esta iniciativa. Se a reacção for amena, a operação avança e o va­gões de dinheiro public, avancçarão para Lisboa, visando tranquilizar a CMVM, não só com infor­mação, mas também com garantias fortes de entrada de dinheiro fresco em Por­tugal. Neste caso, Isabel dos Santos poderá ser do novo banco umas das sócias maioritárias com cerca de 20% das acções com a aquisição das da SONANGOL.

Pese todo este movimen­to, da bilionária angolana, cujos investimentos em Portugal, ascendem a mais de dois mil milhões de Euros, o presidente do CaixaBank, maior accio­nista do BPI, desvalorizou a notícia de que Isabel dos Santos pretenderia “tra­var” a OPA que o banco catalão pretende lançar sobre o resto do capital do banco português, afirman­do que “o jogo ainda agora começou”.

No dia 17 de Fevereiro o Caixabank anunciou a intenção de lançar uma OPA sobre os 55,9% do ca­pital do BPI que ainda não detém, mas enumerando duas condições: conse­guir pelo menos 50,01% do banco português e obter o desbloqueio dos direitos de voto no BPI, que lhe es­tão limitados a 20%.

Ou seja, o banco catalão ofereceu 1,329 euros por cada acção do BPI para ob­ter pelo menos mais 5,9% do capital do banco portu­guês, mas tem de conse­guir três quartos dos votos (75%) na assembleia-geral de accionistas do BPI a fa­vor da desblindagem dos estatutos. Nessa votação, o Caixabank ainda votará com 20% dos votos.


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