quarta-feira, 19 de outubro de 2011

CHINA E LUSOFONIA SÃO DOIS MUNDOS CADA VEZ MAIS PRÓXIMOS, diz analista brasileiro




JCS - LUSA

Macau, China, 19 out (Lusa) - A China e a lusofonia "são dois mundos" ainda um pouco distantes, mas "estão cada vez mais próximos", defendeu hoje Arthur Amaral, analista de relações institucionais da empresa brasileira Odebrecht.

"Vejo com os melhores olhos (o futuro das relações entre a China e os países de língua portuguesa). São dois mundos que ainda se mantêm um pouco distantes, mas que estão cada vez mais próximos e não é possível pensar um futuro sem que se pense na interação crescente entre os países de língua portuguesa e a China", disse.

O mesmo analista considerou que esta relação é uma "oportunidade" para aprender, mas também para transmitir conhecimentos.

No âmbito da cooperação entre os dois "blocos", Arthur Amaral, que falava após a cerimónia de abertura do curso "Empreendedorismo e Desenvolvimento de Negócios" do centro de formação do Fórum Macau, sustentou que Macau é um "ponto estratégico, é uma ponte entre dois mundos".

"A língua propicia esse primeiro contacto, o facto de já terem um contacto anterior com o Português facilita essa interação e Macau acaba por se tornar essa porta de facilitação do contacto entre esses dois países que são continentes", disse.

Arthur Amaral considerou também que a língua portuguesa só tem a ganhar com a aproximação à China porque "não há país que seja grande sem ter uma língua que se difunda".

"A língua faz parte da cultura e reflete a cultura e, à medida em que os países se tornarem economicamente fortes, essa difusão económica acaba por levar junto a língua e a cultura e o Português acabará por ir um pouco a reboque desse crescimento económico", afirmou.

Já no relacionamento bilateral entre a China e o Brasil, o analista sustentou que a "ordem mundial, no médio prazo, não vai poder ser pensada sem se pensar no papel da China e do Brasil dentro da articulação dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e isso também se reflete no mundo empresarial".

Arthur Amaral defendeu ainda que "existe a expectativa" entre brasileiros e chineses de uma maior cooperação "não só a China investir no Brasil, como o Brasil poder, a médio prazo, investir na China" e colaborarem noutros pontos do planeta.

Já Chang Hexi, secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, apontou as vantagens de colocar empresários dos países de língua portuguesa, de Macau e da China, em contacto com a situação económica mundial e com as oportunidades que podem ser criadas no estreitamento dos laços de cooperação e num maior conhecimento mutuo.

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