quinta-feira, 24 de julho de 2014

Moçambique: GOVERNO E RENAMO PREPARAM ACORDO FINAL PARA SEGUNDA-FEIRA




Depois de 65 rondas caracterizadas por avanços e recuos, divergências e intransigências, o Governo e a Renamo dizem ter chegado a consensos em 95% das questões em diálogo

Governo e a Renamo poderão fechar, pró­xima segunda-feira, o acordo para pôr fim à tensão po­lítico-militar em curso no país, como resultado dos avanços que vêm sendo registados desde se­mana finda, na mesa do diálogo. O anúncio foi feito esta terça-fei­ra, no final da 65ª ronda de diá­logo, onde as partes chegaram a acordo em 95% das questões em negociação.

Numa sessão que durou cerca de cinco horas, intercaladas por alguns intervalos para consultas telefónicas com as lideranças, so­bretudo da Renamo, as duas de­legações surgiram, mais uma vez em separado, na sala de impren­sa para anunciar a iminência do tão esperado acordo político que vai devolver a paz e a livre circu­lação de pessoas e bens em todo o país.

“Tivemos, hoje, uma ronda muito produtiva e estamos em condições de dizer que todas as questões postas à mesa fo­ram consensualizadas em cerca de 95%. Há um e outro aspec­to que precisam de ser melhor avaliados, mas, do nosso ponto de vista, todas as questões rele­vantes e estruturais parece ha­ver acordo entre o Governo e a Renamo”, disse Gabriel Muthis­se, vice-chefe da delegação do Governo no diálogo político em curso.

Numa sintonia combinada, as partes recusam desvendar o teor dos acordos já alcançados e as questões ainda por concordar, e pedem contenção das expectati­vas até à próxima segunda-feira. “A nossa esperança é que, na pró­xima segunda-feira, possamos, em definitivo, anunciar os re­sultados que poderão ser comu­nicados ao povo moçambicano.

Neste momento, o importante é que estamos todos comprometi­dos com a paz, a estabilidade e com os superiores interesses do povo moçambicano”, frisou Sai­mone Macuiane, chefe da dele­gação negocial da Renamo.

Desde as últimas duas sema­nas que as delegações se encon­tram envolvidas em negociações secretas de que resultaram os avanços anunciados desde a ron­da da semana passada.

A suspensão dos ataques na zona Centro e o certificado de registo criminal de Afonso Dhlakama são indicadores de que as partes já tinham chegado a entendimento sobre os princi­pais pontos de discussão.

Antes mesmo do acordo final para o fim das hostilidades que têm no Centro do país - mais concretamente as regiões do posto administrativo de Muxún­guè e o distrito de Gorongosa - o seu foco, o Governo espera que o espírito que está na mesa do diálogo se ressinta no terreno de operações e dê mostras de desanuviamento.

O País (mz)

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