Macau,
China, 11 ago (Lusa) - O grupo de ativistas pró-democracia Sociedade Aberta de
Macau volta, na terça-feira, a recorrer ao Tribunal de Última Instância (TUI),
para contestar uma nova proibição da Administração relativamente ao referendo
não oficial sobre a reforma do sistema político no território.
O
grupo, liderado por Jason Chao, viu negado pelo Instituto para os Assuntos
Cívicos e Municipais (IACM) o seu pedido de instalação de mesas de voto, ao
abrigo do direito à reunião e manifestação, previsto na Lei Básica.
O
organismo público considera que a atividade proposta não constitui uma reunião,
pelo que, segundo essa categorização, a instalação de mesas de voto não é
autorizada.
Os
ativistas discordam e vão apresentar um recurso junto do TUI, insistindo que a
actividade consiste numa reunião. O grupo fundamenta a sua convicção num
acórdão anterior do TUI, que avança com uma definição de reunião como "um
ajuntamento (geralmente intencional e organizado), sem carácter permanente, de
pessoas que ouvem discursos e/ou debatem ideias, com vista à defesa de ideias
ou de outros interesses comuns e à formação de opiniões coletivas".
No
final de julho, a Sociedade Aberta de Macau recorreu ao TUI para contestar
outra proibição do IACM de organizar actividades de divulgação ao referendo - a
actividade foi considerada ilegal pelo governo e a sua promoção, ao abrigo do
direito de reunião e manifestação, como tendo um fim ilegal.
O
tribunal considerou que as atividades propostas não constituíam uma reunião e,
por isso, não se pronunciou - nem sobre a proibição do IACM, nem sobre a
legalidade do referendo, apesar de ter mencionado que a atividade "não é
mais do que uma sondagem sobre opiniões dos cidadãos".
Desta
vez, o IACM não faz referência à legalidade do referendo, apenas indica que a
instalação de assembleias de voto não constitui uma reunião.
O
referendo civil organizado por três associações pró-democracia pretende sondar
a opinião da população acerca da implementação do sufrágio universal na eleição
do chefe do executivo em 2019.
ISG
// EL - Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário