Pelo
menos 58 pessoas, várias da mesma família, perderam a vida no distrito de
Cahora Bassa, na província de Tete, em consequência da aparente ingestão de uma
bebida de fabrico caseiro, conhecida localmente por pombe, durante uma
cerimónia que aconteceu na sexta-feira(09) em Chitima, vila sede deste distrito
do centro de Moçambique. Há uma criança de dois anos está entre as vítimas
mortais. Outras quatro dezenas de pessoas, de ambos os sexos, está a receber
tratamento médico no Centro de Saúde de Chitima e no Hospital Rural do Songo.
As
vítimas tomavam parte num funeral em Chitima assim como outras dezenas de
pessoas, segundo uma fonte contactada telefonicamente pelo @Verdade. Enquanto
aguardavam pela chegada da urna, que ainda estava na morgue do Hospital do
Songo, decidiram dirigir-se uma residência vizinha e adquirir a bebida caseira
para consumo, destilada a partir de farelo, prática habitual na região em
cerimónias similares.
Ao
que tudo indica foi adquirido um tambor, com cerca de 200 litros de pombe, que
foi consumido por pelo menos 121 pessoas de ambos os sexos e de várias idades.
"Alguns deles, que não estão neste número, compraram a bebida para
posterior consumo.
Na
madrugada de sábado(10) dezenas de pessoas começaram a dar entrada no Centro de
Saúde de Chitima com "diarreia, vómitos, dor abdominal e fraqueza geral,
uma boa parte das pessoas entram em estado de incosciência".
Vários
desses pacientes acabaram por ser transferidos para o Hospital Rural do Songo,
devido a gravidade do seu estado clínico e a pouca capacidade de tratar tantos
doentes em Chitima.
De
acordo com a nossa fonte até cerca das 14 horas de sábado tinham sido admitidos
no Hospital Rural do Songo 25 pessoas, cinco acabaram perdendo a vida nessa
tarde. "A essa hora já se contabilizavam 23 pessoas mortas em
Chitima".
Até
as 18 horas contabilizavam-se 26 vítimas mortais no Centro de Saúde de Chitima
e outras cinco no Hospital Rural do Songo.
Entretanto,
até as 10 horas deste domingo(11), o número de vítimas mortais não parou de
aumentar: mais seis mortos no Hospital Rural do Songo e mais 21 mortos no
Centro de Saúde de Chitima.
"Na
madrugada de ontem(sábado) para hoje(domingo) deram entrada sete pessoas no
Hospital Rural do Songo vindos de Chitima, e as 8h30 deram entrada mais oito
pessoas (...) muitos deles vem por meios próprios nem passam sequer pelo Centro
de Saúde de Chitima" relatou-nos a nossa fonte.
A
Directora Provincial da Saúde em Tete, Carla Mosse, citada pela Rádio
Moçambique, disse que as autoridades não têm ainda conhecimento das causas da
tragédia, avançando que estão a ser colhidas amostras não só da bebida em
causa, como também da urina e sangue e conteúdos gástricos que serão enviados à
capital do país, Maputo.
"Não
temos capacidade interna para análises. As amostras serão enviadas para Maputo
e eventualmente para a África do Sul" revelou Carla Mosse, adiantando que
só a partir dos resultados das análises se saberá se a causa das mortes foi por
envenenamento ou não.
Entretanto
a nossa fonte refere ter sido encontrado um frasco pequeno dentro do tambor(do
pombe consumido) que continha partículas verdes "daí surge surge a
suspeita de envenenamento". A fabricante da bebida caseira, e um filho
seu, também estão entre as vítimas mortais o que dificulta apurar o que poderá
ter acontecido com a bebida.
Entre
os doentes em tratamento no Hospital Rural do Songo, que teve de requisitar os
serviços de todo o seu pessoal médico disponível (pouco mais de uma dezena de
profissionais entre médicos e enfermeiros), está uma cidadã grávida.
Adérito
Caldeira – Verdade (mz)
Sem comentários:
Enviar um comentário