segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Argentina: COMO CRISTINA KIRCHNER VENCE AS ELEIÇÕES NA ARGENTINA




CORREIO DO BRASIL, por AG Vermelho

Pesquisas de boca-de-urna divulgadas neste domingo, dia da eleição presidencial na Argentina, apontam Cristina Kirchner como a vitoriosa para mais um mandato na Casa Rosada.

Neste domingo 28,5 milhões de argentinos foram às urnas para votar nas eleições presidenciais que possivelmente reelegeram a presidente Cristina Kirchner. Segundo pesquisas de opinião, ela recebeu mais votos que todos os candidatos da oposição juntos, refletindo o quadro registrado nas eleições primárias de agosto.

Também ocorreram as eleições locais em nove províncias entre elas a de Buenos Aires, o maior distrito eleitoral do país. A população também renova 130 das 257 cadeiras da Câmara e um terço dos 72 assentos do Senado.

Os candidato à oposição tentarão evitar uma possível derrota no Congresso Nacional. Eles querem manter a atual maioria na Câmara. Alfonsín pediu que os eleitores dêem seu voto para que a oposição possa “controlar o governo no Congresso”.

- Se não formos eleitos para a Presidência, pelo menos devemos ser fortes no Congresso, afirmou.

Na mesma linha, o deputado da oposição Adrián Pérez, disse:

- Devemos pelo menos trabalhar para evitar que o governo tenha maioria no Congresso.

Oposição fraca

Para o sociólogo Ricardo Sidicaro, da Universidade de Buenos Aires (UBA), Cristina firmou seu favoritismo porque os demais candidatos não souberam “ser alternativa” ao atual governo.

- O governo não apresentou projeto de longo prazo. Não mostrou ainda como resolverá questões como a inflação. Teve um estilo de confrontação (com alguns setores). Mas Cristina vai ganhar porque é melhor que os candidatos da oposição, opinou.

Para o analista político Rosendo Fraga, do Centro de Estudos Nova Maioria se a oposição estivesse “unida e articulada”, Cristina poderia não ter a mesma vantagem e talvez tivesse que disputar o segundo turno que seria previsto para novembro.

A crise da oposição se reflete na quantidade de candidaturas opositoras neste domingo – seis no total.

- E os dois principais candidatos da oposição, (Eduardo) Duhalde e (Ricardo) Alfonsín, devem registrar drástica queda nas urnas em relação a agosto, afirmou Fornoni.

Duhalde governou o país entre 2002 e 2003 e apoiou a eleição do ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007), marido e antecessor de Cristina que morreu há quase um ano. Alfonsín é filho do ex-presidente Raul Alfonsín (1983-1989).

- Cristina tinha 34% de aprovação quando Kirchner morreu. Mas não foi apenas por pena que subiu nas pesquisas. Os eleitores entenderam que ela soube administrar o país, mesmo sem resolver ainda a inflação, disse Mariel Fornoni. No discurso de encerramento de sua campanha, a presidente disse:

- Sem os meus filhos, Maximo e Florência, não teria sido possível (continuar).

Para Fornoni, Cristina, assumiu um caminho inverso ao do marido ao adotar medidas diferentes: conseguiu reduzir o nível de tensão com os opositores, diminuiu a rejeição ao seu nome, principalmente entre as mulheres. E isso lhe garantiu grande vantagem aos demais.

Sem comentários:

Mais lidas da semana