A Renamo, principal
partido da oposição, estava a preparar "uma investida" quando o
Exército de Moçambique atacou e tomou a base de Maríngué, na província de
Sofala, anunciaram hoje as autoridades moçambicanas.
Confirmando a
tomada da base, há uma semana nas mãos da Renamo, o diretor nacional adjunto da
Política Nacional de Defesa comunicou, em conferência de imprensa, que
"houve uma troca de tiros, seguida de uma perseguição até à base da Renamo
em Maríngué, que foi desmantelada".
Manuel Mazuze
adiantou que o Exército não sofreu baixas durante os confrontos, desconhecendo
também a existência de vítimas entre a Renamo. "Sabemos que é hábito da
Renamo arrastar os seus homens quando tombam", disse apenas, acrescentando
que o Exército continua no local a desativar a base, situada no centro do país.
As Forças Armadas
de Defesa de Moçambique assaltaram a base no quadro da operação contra a Renamo
que vinham realizando desde sábado, acabando por conquistar o antigo quartel-general
da Renamo, onde homens armados alegadamente provocavam incidentes na principal
estrada do país.
O diretor nacional
da Política Nacional de Defesa desmentiu a acusação, hoje reiterada pela
Renamo, de que a atual ação do Exército moçambicano visa assassinar o líder do
partido da oposição, Afonso Dhlakama.
"Se o objetivo
fosse assassinar o líder da Renamo, esse objetivo teria sido cumprido",
disse Manuel Mazuze, destacando ainda que Afonso Dhlakama "deve aparecer,
porque o Governo já anunciou que quer continuar o diálogo" para pôr fim à
crise política e militar no país.
Afonso Dhlakama,
alguns dos seus colaboradores e a sua guarda pessoal fugiram para local
incerto, depois de a base onde viviam há mais de um ano ter sido tomada pelo
Exército moçambicano na semana passada.
Moçambique vive o
momento mais tenso desde a assinatura do Acordo Geral de Paz, em 1992, na
sequência de divergências entre a Renamo e o Governo da Frelimo, partido no
poder, sobre a lei eleitoral.
Lusa
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