O Presidente da
República, Armando Guebuza, considerou ontem ser imoral e criminoso perigar a
paz no país, reiterando que ela é um bem precioso e ninguém se deve apropriar
dela, porquanto é direito inalienável de todos os moçambicanos,
independentemente das suas diferenças.
“Não há ninguém que
pode dizer que a paz é minha. É imoral e criminoso fazer isso, porque a paz é
de todos, não é de ninguém e sobre ela, ninguém tem mais direito que o outro” –
disse o Chefe do Estado, realçando que todos, incluindo crianças
recém-nascidas, merecem a paz e ninguém pode se apropriar dela.
Falando num comício
popular na sede da localidade de Mavende, que marcou o início da sua visita de
trabalho de cinco dias à província de Manica, Armando Guebuza afirmou que a paz
é uma das grandes conquistas colectivas dos moçambicanos, e à semelhança da
unidade nacional, ela deve ser mantida, defendida e preservada por todos porque
ela é um direito que nos dá a liberdade de espírito.
“Há conquistas que
são individuais, mas há conquistas que são de todos, sobre as quais nenhum de
nós tem mais direito que outro. Um desses direitos, segundo o Chefe do Estado,
é a paz, a qual mesmo as crianças recém-nascidas merecem desta conquista, à
semelhança da unidade nacional, de Eduardo Mondlane, que nos deu o direito de
sermos moçambicanos”, disse.
O mais alto
dignitário da nação moçambicana lembrou a história do filho pródigo, afirmando
que passado algum tempo fora de casa, ele regressou ao convívio familiar. Numa
implícita referência ao líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que se encontra neste
momento em parte incerta nas matas de Gorongosa, Sofala, Guebuza pediu aos que
abandonaram a casa para regressarem, a fim de “junto da família, comerem a
`sadza` que lhes fez crescer”.
Afirmou que a
resolução das nossas diferenças deve provir do diálogo e ninguém deve pôr em
causa a paz, sejam quais forem as suas razões.
Entretanto, depois
de qualificar o comício como uma escola onde aprendemos a governar, Armando
Guebuza explicou que o país está a mudar e a pobreza está paulatinamente a
acabar, havendo sinais inequívocos de crescimento que indicam que este flagelo
está passando para a história, a cada dia que passa.
“Há uma coisa que
notei em Moçambique. Uns querem combater a pobreza, outros, porém, nem sequer
sabem ver os sinais de crescimento que estamos a registar. Indicou haver muitos
que sabem que vão vencer a pobreza porque há sinais de que ela está a diminuir
e, nos últimos tempos, mais rapidamente”.
O Presidente da
República acrescentou que a pobreza deve ser combatida por todos, apelando aos
moçambicanos para trabalharem, arduamente, visando vencer este flagelo nas suas
famílias, através do melhoramento das suas condições de vida. Guebuza explicou
que construir uma casa espaçosa, de alvenaria, comprar bicicleta, motorizada,
viatura, a existência de escolas em todos lugares e de todos os níveis,
estradas embora ainda não em número suficiente, são sinais que mostram que a
pobreza está a acabar e nos últimos tempos, mais rapidamente.
Durante o comício,
entre outras questões, a população apresentou problemas relacionados com a
falta de uma ponte sobre o rio Save para ligar o distrito de Machaze e a
província de Gaza, a partir do distrito de Massangena, a asfaltagem da estrada
Muxúnguè - Save, o enquadramento dos ex-militares na vida civil e a reafirmação
da fronteira Moçambique/Zimbabwe, na região de Masvissanga.
Ainda ontem, o
Presidente da Republica reuniu-se em sessão extraordinária com o Governo
Provincial de Manica, alargada a outros quadros, tendo dado nota positiva ao
desempenho do Executivo liderado por Ana Comoane.
Victor Machirica –
Jornal Notícias (mz)
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