Cidade
da Praia, 04 nov (Lusa) - O ministro das Relações Exteriores de Cabo Verde
garantiu hoje que a decisão do Governo de Timor-Leste de expulsar um magistrado
cabo-verdiano do território não vai afetar as "excelentes relações"
entre os dois países.
Na
segunda-feira, o Governo de Timor-Leste ordenou aos serviços de migração a
expulsão de oito funcionários judiciais internacionais, sete portugueses e um
Procurador cabo-verdiano.
A
medida consta numa resolução do Conselho de Ministros, publicada em Jornal da
República, e determina a expulsão dos cidadãos estrangeiros no prazo de 48
horas, depois de serem notificados pelos Serviços de Migração.
Hoje,
Jorge Tolentino, que falava aos jornalistas antes do início da reunião do Grupo
Local de Seguimento no quadro da Parceria Especial entre a União Europeia e
Cabo Verde, indicou que o Governo cabo-verdiano está a acompanhar o caso
"com a necessária discrição e todo o cuidado" e fazendo os contactos
com as autoridades timorenses.
O
ministro disse, porém, acreditar num "desfecho positivo" do caso.
"Não
se trata de uma ação específica em direção a esse cidadão cabo-verdiano, mas
sim de uma medida que as autoridades timorenses decidiram tomar. Do nosso lado,
cabe-nos saber concretamente o que se passa, prestar todo o nosso apoio e
salvaguardar o quadro excelente de relações entre Timor-Leste e Cabo
Verde", disse Jorge Tolentino.
Questionado
sobre se este "incidente" poderá afetar as relações entre os dois
países, o chefe da diplomacia cabo-verdiana respondeu que "não pode e nem
deve".
"O
nosso trabalho, enquanto política externa, é fazer com que, no quadro do
diálogo entre as autoridades diplomáticas de Timor-Leste e de Cabo Verde, tudo
se esclareça, que os dados sejam colocados em cima da mesa e o relacionamento
entre os Estados prossiga com toda a normalidade", concluiu o ministro.
Cabo
Verde e Timor Leste mantêm relações de cooperação na área da justiça e na
Administração Pública.
Em
junho último, o secretário de Estado da Administração Pública cabo-verdiano,
Romeu Modesto, e o presidente da Comissão da Função Pública de Timor-Leste,
Libório Pereira, assinaram um protocolo de cooperação em atividades de natureza
científica, técnica e formativa em áreas de interesse comuns.
As
ações de cooperação a empreender abrangem os domínios da prestação de apoio
técnico e de consultoria, investigação e formação, cooperação técnica, projetos
conjuntos, documentação e informação, troca de experiência e intercâmbio de
pessoal docente.
RYPE
(MSE/PJA/JSD) // VM - Lusa
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