terça-feira, 4 de novembro de 2014

São Tomé e Príncipe: OS PRÓXIMOS 4 ANOS DO PARTIDO ADI



Verónico Neves – Téla Nón (st), opinião

O Partido ADI ganhou as eleições legislativas com maioria absoluta. E depois?

O povo confiou os seus votos ao ADI e cabe agora ao partido fazer o bom uso do “poder” que lhe é confiado. Os desafios serão muitos. Mas o anterior governo também os teve. Por isso, para os próximos 4 anos, sugiro ao ADI o seguinte:

1º – Não fazer “Tábua Rasa” de tudo o que o anterior governo fez. Entendo que um País em “eterno recomeçar” perde oportunidades para se desenvolver e para oferecer melhores condições de vida ao seu povo.

2º – Dialogar mais e mais e mais. O governo de ADI já foi anteriormente criticado por não dialogar com outras forças políticas o que levou á sua queda. Agora que ADI tem maioria absoluta, mesmo assim, é salutar para a democracia que ADI promova compromisso político quer com os outros partidos com assento parlamentar quer com as organizações da sociedade civil naquilo que pode ser útil para o futuro de São Tomé e Príncipe, como por exemplo: a reforma da justiça, o estímulo á criação do próprio emprego; a capacitação dos professores, a formação de adultos e a proteção social dos mais desfavorecidos.

3º – Sabe-se que o Orçamento de Estado é financiado em 90% por doações externas. Eu não sou economista, desconheço a experiencia profissional e a formação académica dos nossos futuros dirigentes e desconheço o programa do futuro governo. Mas, parece-me que, um País nestas condições deveria apostar mais no estímulo á economia, no combate a fraude fiscal e no apoio aos nossos empresários.

4º – Apostar mais na nossa comunicação social. É público que o partido ADI tem um canal de televisão “privado”. Que tal aproveitar essa experiência para organizar e melhorar as capacidades técnicas da TVS? Não é honroso para o País o que aconteceu durante as eleições legislativas em que, segundo consta, a TVS não estava a acompanhar as atividades de campanha dos partidos políticos – http://www.telanon.info/sociedade/2014/10/06/17603/tvs-a-margem-da-campanha-eleitoral/ .

5º – Governar com e para o Povo. Que tal a TVS e a Rádio Nacional acompanhar e transmitir o debate na Assembleia da República dos temas mais importantes para o País, como por exemplo, o Orçamento de Estado? Que tal promover debates francos e abertos sobre temas fraturante na sociedade santomense, como por exemplo, a corrupção, a má governação, a pobreza, o destino das verbas e doações que o país recebe e, porque não, as verbas do petróleo?

6º – Agora que I.S.P é Universidade importa apostar na qualidade formativa e promover investigação científica naquela Instituição de Ensino Superior. Aliás, supõe-se que um dos propósitos da Universidade é a Investigação Cientifica e a colocação do resultado da mesma ao serviço da comunidade. Ora, o País conta hoje com um conjunto de cidadãos Doutorados, Mestres e alguns com experiencias de investigação científica dentro e fora de país. Que tal, através de políticas claras, promover o regresso daqueles que assim o desejam?

7º – Continuar com o processo de combate à infoexclusão que o país atravessa começando, por exemplo, por atualizar os “sites oficiais” do Estado.

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