Macau,
China, 04 dez (Lusa) - O Comissariado contra a Corrupção de Macau investigou um
caso de alegada corrupção e burla praticado por dois médicos que receberam 1,4
milhões de patacas (140 mil euros) por incentivarem pacientes a fazerem exames
desnecessários em laboratórios privados.
O
Comissariado divulgou hoje que os médicos, do setor privado, abordaram os
laboratórios em 2012, sob pretexto que a instituição onde trabalhavam procurava
os seus serviços.
Ficou
acordado, sem conhecimento da entidade patronal, que em troca do encaminhamento
dos doentes e acompanhamento prestado depois dos exames, os médicos receberiam
uma comissão mensal.
De
acordo com o Comissariado contra a Corrupção (CCAC), estes dois médicos
aliciaram também outros profissionais seus subordinados a recomendar aos seus
pacientes exames naqueles laboratórios, em troco de pagamento.
O
CCAC concluiu que não só a instituição médica ficou lesada - já que também
providenciava exames laboratoriais - como os pacientes, que foram induzidos a
"efetuarem exames médicos completamente desnecessários em laboratórios
privados".
No
total, os dois médicos terão recebido 1,4 milhões de patacas (cerca de 140 mil
euros), mas apenas 45 mil patacas (4.500 euros) foram encontradas pelas
autoridades.
O
caso já foi encaminhado para o Ministério Público.
Os
crimes de corrupção passiva no setor privado e burla de valor elevado são
puníveis com penas de prisão até três e dez anos, respetivamente.
ISG//
APN
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