A tensão político-militar que afectou o país e particularmente a província de
Sofala, durante cerca de ano e meio, agravou a caça furtiva no interior do
Parque Nacional da Gorongosa.
O
director de fiscalização daquela estância turística, Pedro Muagura, explicou
que devido ao conflito armado, aliado à precariedade das vias de acesso, o
controlo do parque, que ocupa 75 por cento da área total do distrito de
Gorongosa, tornou-se reduzido, facto que permitiu a entrada de oportunistas,
agravando o abate de animais, com particular destaque para facoceiro, impalas e
cudos.
Muagura
fez saber que os furtivos ganharam terreno porque os fiscais não conseguiam
cobrir a 100 por cento o parque devido às incursões dos militares que estiveram
envolvidos nas referidas confrontações.
A
fonte revelou ainda que durante o ano passado as autoridades de fiscalização do
Parque Nacional da Gorongosa apreenderam 2413 cabos de aço, 26 armas de fabrico
caseiro, 53 armadilhas, além da detenção de 233 caçadores furtivos.
O
nosso interlocutor afirmou que depois da assinatura da cessação das
hostilidades entre o Governo e a Renamo, as incursões dos militares reduziram
no Parque Nacional da Gorongosa, incluindo a circulação de oportunistas.
Referiu
igualmente que a recente aprovação, pelo Governo, da Lei de Conservação de
Biodiversidade, que diz que a posse de arma de fabrico caseiro dá direito
imediato à cadeia, tende já a contribuir para diminuir a actuação dos caçadores
furtivos com este tipo de armas.
“A
detenção ou não dos prevaricadores é feita de acordo com o tipo de animais
abatidos ou dos instrumentos encontrados na posse dos caçadores furtivos, por
exemplo aqueles furtivos apanhados com armas de fogo são encaminhados de
imediato ao Comando distrital da PRM de Gorongosa, enquanto os portadores de
armas de fabrico caseiro são conduzidos ao posto policial existente aqui no
parque’’, explicou a fonte.
O
Parque Nacional da Gorongosa conta actualmente com um total de 120 fiscais.
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