Hong Kong: Deputado demite-se após votar contra proposta de reforma política

Hong Kong, China, 09 jan (Lusa) -- O deputado do Partido Democrata Albert Ho anunciou hoje que vai abandonar o Conselho Legislativo (LegCo), depois de votar contra a proposta de reforma política de Hong Kong.

Com a demissão do cargo, o deputado quer provocar eleições intercalares, com o objetivo de servir como um referendo sobre a reforma política, segundo a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

Albert Ho acrescentou que a sua demissão vai também colocar mais pressão sobre as autoridades para garantir o verdadeiro sufrágio universal para Hong Kong.

O pró-democrata ocupa atualmente um dos atuais cinco 'super-assentos' do LegCo, de acordo com o novo figurino introduzido nas últimas eleições, em 2012. Na altura foi-lhes atribuída "maior legitimidade" por serem lugares decididos pelo voto de quase todo o eleitorado (3,2 milhões entre 3,4 milhões de eleitores).

O coordenador do Conselho Executivo, W.K. Lam, disse que o plano de referendo não vai fazer nada para melhorar o atual impasse sobre a reforma política.

W.K. Lam acrescentou que se a proposta da reforma política for eventualmente vetada pelos deputados pró-democratas, vai enviar a Pequim a mensagem de que Hong Kong não quer o sufrágio universal.

Em contrapartida, na quinta-feira, o presidente do Conselho Legislativo, Tsang Yok-sing, anunciou que vai demitir-se do cargo para votar a favor da proposta de reforma política do Governo de Hong Kong.

Isto porque, embora Tsang Yok-sing seja membro do LegCo, por norma, não vota enquanto presidente.

Tsang Yok-sing considerou irracional que os pró-democratas rejeitem a proposta e disse esperar que mudem de opinião.

Também na quinta-feira, a secretária-chefe, Carrie Lam, disse que o Governo está preparado para fazer alterações à sua proposta de reforma política para a eleição do chefe do executivo em 2017, para ganhar o apoio necessário à aprovação no LegCo.

A segunda consulta pública da proposta de reforma política foi lançada na quarta-feira pela número dois do Governo de Hong Kong, Carrie Lam, e vai decorrer durante dois meses.

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