quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Portugal. Défice. Centeno anuncia "medidas adicionais" e aponta o dedo a Passos



Travão a fundo a todas as despesas não urgentes. É essa a fórmula de Mário Centeno para conseguir fechar o ano com um défice abaixo dos 3% e conseguir assim sair dos procedimentos por défice excessivo em Maio, altura em que Bruxelas irá validar o número final do défice deste ano.

O "congelamento de processos pendentes de descativações e transições de saldo de gerência considerados não urgentes", “uma redução dos fundos disponíveis das administrações públicas para 2015 em 46 milhões de euros e a não assunção de novos compromissos financeiros considerados não urgentes" são as três medidas aprovadas para cumprir o objetivo que permitirá a Portugal vir a beneficiar de alguma flexibilidade prevista no Tratado Orçamental já em 2016.

Centeno diz que Passos falhou

O ministro das Finanças não quis avançar qual seria o défice caso não fossem aplicadas estas “medidas adicionais”, mas assegurou que “o objetivo orçamental não foi cumprido”.
Por outras palavras, falhou a meta de fechar o ano com um défice de 2,7% que tinha sido prometida por Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque.

Falhado esse objetivo, Centeno tenta agora fechar 2015 com um défice abaixo dos 3%, admitindo que as medidas hoje aprovadas em Conselho de Ministros irão constituir “um exercício difícil e exigente para a Função Pública”, mas assegurando que não irão pôr em causa o seu funcionamento já que tudo o que foi decidido “incide sobre verbas e custos que são considerados compromissos não urgentes”.

“Estamos confiantes de que com um esforço adicional esta circunstância possa ser acautelada e o défice possa ser cumprido”, declarou Mário Centeno no briefing do Conselho de Ministros, um dia depois de o deputado do PS Paulo Trigo Pereira ter admitido no Parlamento que iria ser difícil fechar o défice nos 3%.

“Se a execução orçamental deste último trimestre for igual à do ano passado, teremos um défice excessivo de 3,1%”, dizia Trigo Pereira, sublinhando que o Governo de Costa apenas poderá ser responsabilizado pelos últimos 29 dias do ano.

Margarida Marvim - jornal i

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