sábado, 1 de dezembro de 2012

Presidente sai fragilizado se OE for declarado inconstitucional e não demitir o Governo – BE

 


JYDN – MAG – Lusa – foto Manuel de Almeida
 
Durante uma sessão pública "Governo de Esquerda", promovida pelo Bloco, em Aveiro, João Semedo mostrou-se confiante em que o Tribunal Constitucional irá declarar a inconstitucionalidade do Orçamento fazendo com que, assim, seja travada a sua aplicação.
 
"Este Orçamento viola em muitos aspetos a Constituição, e se o anterior foi declarado inconstitucional, confiamos que este também seja declarado inconstitucional", disse o líder bloquista, adiantando que, "dificilmente, um Governo sobreviverá a dois Orçamentos inconstitucionais".
 
"Não se pode governar contra o país. Não se pode governar contra a Constituição. É excessivo, é demais e seguramente essa seria uma decisão que tornaria este Governo, que já está moribundo, num Governo a caminho da demissão", afirmou.
 
O coordenador do Bloco adiantou ainda que o Presidente da República "ficará muito fragilizado" se não demitir o Governo, na sequência da declaração de inconstitucionalidade do Orçamento.
 
"Apesar de o Presidente da República ser um amigo dos partidos que governam e ter sido colocado em Belém com o apoio dos partidos que governam, não lhe restará outra solução que não seja demitir o Governo, mesmo que isso seja contra a sua vontade", disse João Semedo.
 
O líder bloquista assumiu ainda que o grande objetivo do Bloco é demitir o Governo, abrir caminho à realização de eleições antecipadas, e construir um Governo de Esquerda que mude o rumo da política nacional.
 
Na mesma sessão, João Semedo disse ainda não concordar que um Governo de esquerda tenha como primeiro objetivo a saída do euro, reagindo às declarações do deputado do PCP Agostinho Lopes, que defendeu hoje que um governo "patriótico e de esquerda deve preparar o país para a saída da zona euro".
 
"Não nos parece que o país ficasse em melhores condições do ponto de vista económico, financeiro e também do ponto de vista social com a saída do euro, porque isso promoveria uma desvalorização brutal do valor dos salários, e acentuaria as tendências para uma maior pobreza e um maior colapso da nossa economia", disse o coordenador do Bloco.
 
João Semedo defende que a posição dos bloquistas passa por lutar, dentro do país e do espaço europeu, por políticas diferentes que assegurem o equilíbrio das contas, mas também pelo desenvolvimento da economia e de políticas ativas de emprego e de coesão social.
 

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