sábado, 1 de dezembro de 2012

UMA DAS MAIS LONGAS E MELHORES REPORTAGENS SOBRE TIMOR-LESTE – Luciano Alvarez

 


Em tempos idos era frequente depararmos com reportagens sobre Timor-Leste nos jornais de Portugal, depois a “febre” esfriou à medida que Timor-Leste tomava assento nas cadeiras do faz-de-conta das democracias que mais parecem democraduras (parentes maquilhadas das ditaduras). Na atualidade são os pardos interesses que muito labutam para proporcionar a ilusão de que Timor-Leste está estável política e socialmente, que o desenvolvimento, a justiça social, o judiciário, a democracia (numa palavra) é vivência de todos e para todos. Mas infelizmente assim não é.
 
Em reportagens, notícias e artigos de opinião é frequente a propaganda ao Timor Côr-de-Rosa, o das Mil e Uma Noites, dos Rios de Mel. Mas a realidade é que esses rios são de fel para mais de 80 por cento dos timorenses. Grassa a miséria a cada esquina das cidades, das vilas e aldeias, assim como nas montanhas mais recônditas do país. Os milhões em dólares americanos evaporam-se, os corruptos instalados nas elites políticas e outras procedem impunemente a transfegas que lhes dão sumiço sem que o povo timorense lhes veja a cor ou os benefícios devidos, prometidos, e que se esgotam em passos de magia prestidigitadora praticados pelos que se exibem (ou não) com enormes e arrogantes sinais exteriores de riqueza que por nada deste mundo são investigados, embora pese o facto de que a árvore do fruto da posse de tais bens e ricarias se chama corrupção, conluio e nepotismo. Mas disso já se fala há imensos anos e nem sequer o “herói” Xanana se incomoda com o facto. Aliás, na roda dele não faltam familiares e amigos que estão no lote dos felizardos que enriqueceram num ápice – a julgar pelo que mostram e pelo que corre de olhos em olhos e de boca em boca. Serve o adágio de Portugal: quem cabritos vende e cabras não tem… de algum lado lhe vem.
 
Entretanto, a pseudo justiça, como noutros países, lá faz o seu teatro de faz-de-conta e até chega ao ponto de julgar e condenar com prisão uma ex-ministra (Lúcia Lobato), o que não significa que a desonesta sujeita tenha entrado nos calabouços. A panóplia de alçapões - adequados para os que detêm poderes - nas regras e nas leis, decerto que irão permitir que nem nas calendas gregas Lúcia (e outros) pague pelos crimes cometidos. Mas entretanto uns quantos timorenses ficaram com mais fome e a padecer de carências que não fossem esses roubos e outros não seriam parte negra da realidade timorense. E mais uns quantos “mexilhões” – figuras miúdas – foram intimados por uma teatral comissão “justicialista” que dá pelo nome de combate à Corrupção, Conluio e Nepotismo (KKN em tétum)… mas peixe verdadeiramente graúdo é que não apanham – exceptuando essa tal Lúcia por conveniencias de ordem política. E para servir de exemplo, que é como quem diz: para mostrarem serviço – o que não seria necessário porque é tudo muito flagrante e visível pela abastança exibida em viaturas caríssimas e em mansões ou palácios cujas faturas são suportadas pelos desgraçados dos timorenses esfomeados e que já se contentam com umas espécies de habitações miseráveis se conseguirem ter essa sorte. Sim, porque o desemprego abrange umas quantas centenas de milhares de timorenses numa população total de talvez 1,2 milhão.
 
Mas o importante agora e aqui é a reportagem de Luciano Alvarez. Acreditamos que foi até onde lhe foi possível e que é exatamente isso que nos traz ao conhecimento. Em muitos parágrafos temos ali imagens vivas. Temos também a miséria de que fala, e nem que seja nas entre-linhas descobrimos os sorrisos das crianças e adultos timorenses que apesar de estarem mal por via de tantos roubos e injustiças não abdicam da esperança num país melhor, numa melhor sobrevivência, uma melhor sociedade timorense com mais justiça e com democracia que ao menos roçe a dignidade que todos os timorenses merecem que lhes pertença. Sem subterfúgios, sem roubos como na atualidade e nos poucos anos de existência do país.
 
Passemos então a uma das mais longas e melhores reportagens sobre Timor-Leste em texto. O documentário, o filme, também um dia destes há-de aparecer. Não será certamente cor-de-rosa mas sim com muitas cores tenebrosas. Um dia se formará o eterno arco-iris para Timor-Leste e para o povo timorense. Um dia. (Redação PG)
 
Leia em Separatas (barra lateral)): UMA DAS MAIS LONGAS E MELHORES REPORTAGENS SOBRE TIMOR-LESTE  - “AS DUAS CARAS”
 

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro Luciano Alvarez,

A sua reportagem, traça a realidade de Timor Leste, onde os honestos vão parar às prisões, são os originais.

Trata-se da nova ideia original de Timor Leste, fazer um tribunal e uma prisão para julgar os honestos.

Beijinhos da Querida Lucrécia

Anónimo disse...

Evidentemente que um país que saiu de garras tão tenebrosas não poderia ser um céu de brigadeiro. Há avanços, porém ainda pequenos diante do legado que herdou.

Anónimo disse...

Do legado que herdou e da fortissima corrupção que depaupera os bens que pertencem a todos os timorenses mas que as elites xananistas e outras mafias roubam. Assim não ocorresse e a miséria a que o país está votado não aconteceria. Nunca será demais realçar tal realidade. O senhor Xanana e as suas trupes são uma evidente e insistente fraude.

Anónimo disse...

KKN e uma sigla indonesia e nao timorense.

Anónimo disse...

Bem que podiam falar da deputada do PD que usou timor para andar em portugal a roubar, e agora está a roubar directamente os timorenses...pobres timorenses que estão entregues aos bichos.

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