Henrique Monteiro – Expresso, opinião, em Blogues
Hoje era (ou é) dia
da Restauração. Para mim, que não sei exatamente o que é um patriota, diz-me
pouco. Gostava do feriado, mas foi-se com o apelo ao trabalho de um Governo que
dá duas pontes (vésperas de Natal e de Ano Novo), mas tira o 1º de Dezembro e o
5 de Outubro para irritação de republicanos e monárquicos, e mais dois feriados
religiosos, com a bênção da Igreja.
Quiseram-me ensinar
a gostar de uma Pátria horrível e asfixiante, a de Salazar e de Caetano; a
gostar da Pátria do Minho a Timor; a gostar da Pátria de Vasco Gonçalves, que
era uma Pátria frenética e intolerante e terceiro-mundista; e, depois, da Pátria
boa aluna na Europa; da Pátria das autoestradas e PPP. Agora teria de gostar desta
Pátria que não tem dinheiro para mandar cantar um cego e está nas mãos de uma troika
que não sabemos se nos salva ou nos condena.
Eu gosto da minha
terra. Eu sinto que tenho deveres para com as outras pessoas que vivem na minha
terra, mas não sei de que é feito um patriota. A minha Pátria não é nem melhor,
nem superior, nem pior ou inferior do que as outras. É uma terra onde há gente
de que gosto e gente de que não gosto. Curiosamente, o mesmo se passou noutras
terras que visitei. Deve ser isso que significa ser cidadão do mundo - respeitar
as raízes, mas ser mais do que uma couve.
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