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Reportagem não
revela que políticos teriam sido vigiados pelos EUA, mas denúncias recentes
apontam que Dilma e Merkel estariam entre eles. Revelação ameaça aumentar
atritos entre americanos e aliados.
A Agência de
Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos teria monitorado as conversas
telefônicas não só da presidente Dilma Rousseff e da chanceler federal alemã,
Angela Merkel, como também de outros 33 líderes mundiais. A revelação foi feita
nesta quinta-feira (24/10) pelo jornal britânico The
Guardian, com base em documentos repassados pelo ex-técnico da CIA (agência
de inteligência americana) Edward Snowden.
Para conseguir
montar a base de dados, a NSA teria recorrido a outros departamentos do governo
americano com contatos com políticos estrangeiros. A agência, segundo a
reportagem do Guardian, incentivaria funcionários da Casa Branca, do
Departamento de Estado e do Pentágono a informar os números de telefones de
líderes e, assim, montar uma agenda telefônica para facilitar a espionagem.
Só um único
funcionário americano teria entregado mais de 200 números de telefones,
incluindo o de 35 líderes mundiais. A reportagem não identifica quais seriam os
políticos, mas revelou-se recentemente, também com base nos documentos de
Snowden repassados à imprensa, que Dilma e Merkel estariam entre as diretamente
espionadas.
A revista italiana L'Espresso
já antecipou que em sua edição desta sexta-feira publicará que, além dos
líderes de Brasil e Alemanha, o governo italiano também foi espionado pelos EUA.
As revelações têm
potencial para agravar a tensão entre americanos e seus aliados. Dilma cancelou
uma viagem que faria a Washington neste mês após reportagem indicar que as
comunicações do Planalto eram sistematicamente vigiadas pelos americanos.
Merkel, por sua
vez, exigiu, diretamente e por telefone, explicações do presidente americano,
Barack Obama, sobre as denúncias de que seu celular teria sido grampeado. Nesta
quinta-feira, a chanceler
federal disse que "espionagem entre amigos é algo que não dá [para aceitar]"
e afirmou que a confiança dos alemães nos EUA como parceiros tem agora que
"ser refeita".
O Guardian diz que
procurou o governo Obama para comentar as novas denúncias, mas não obteve
resposta. Nesta quinta-feira, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, evitou
retrucar diretamente as revelações sobre espionagem a líderes mundias.
"Deixamos
claro que os Estados Unidos reúnem inteligência no exterior assim como fazem
todas as nações", limitou-se a afirmar Carney.
RPR/ dpa/ ap/ rtr
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