terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Reformar a justiça e harmonizar quadro legal é prioridade - ministro Justiça timorense




Díli, 17 fev (Lusa) - Avaliar e reformar o setor da justiça e harmonizar o quadro legal existente são prioridades para o novo Governo de Timor-Leste que continuará, neste campo, a apostar na cooperação, disse à Lusa o ministro da Justiça timorense.

"A questão da Justiça é uma questão principal para Timor-Leste", disse à Lusa Ivo Valente que na segunda-feira assumiu a tutela de uma das pastas mais complexas de Timor-Leste.

Recordando os programas de cooperação para o setor da justiça em curso com países como Portugal e Brasil, Ivo Valente - que foi promovido de número dois na pasta - disse que é necessário "fortificar os recursos humanos do setor, completar as formações em curso e capacitar ainda mais novos juristas no Centro de Formação Jurídica".

Para isso, porém, terá que ser concluída uma avaliação do setor da justiça, algo que vai arrancar depois de um diálogo interministerial.

Na mesa de prioridades do Governo está ainda a "harmonização de algumas leis" e procurar que "o sistema responda melhor ás necessidades da população".

A nível legislativo, Ivo Valente destacou a importância de diplomas como a Lei de Terras e Propriedades que está atualmente no Parlamento Nacional.

No seu discurso de posse o primeiro-ministro timorense, Rui Maria Araújo, recordou a importância do setor da justiça, considerando que "falar de desenvolvimento é também falar de justiça e de direito" e incidindo na questão da capacitação de quadros.

"Não vamos conseguir construir um país justo se não conseguirmos assegurar que a justiça seja um pilar fulcral na nossa sociedade, acessível a todos", disse.

"Temos pois que melhorar o funcionamento das nossas instituições e tal só é possível com um reforço de capacidades e competências dos seus quadros, o qual exige uma avaliação profunda ao setor da justiça e o estabelecimento de um novo quadro de cooperação adequado às necessidades do país", afirmou.

"E claro que é também nossa função continuar a promover a criação de um quadro normativo conducente a um país moderno e progressista", disse ainda, destacando a Lei de Terras e Propriedades.

"Tenho de mencionar aqui aquela que me parece ser uma das mais importantes leis de que o país precisa ver aprovada - a Lei das Terras e Propriedades", considerou.

"É fundamental para o investimento, seja interno, seja externo, conseguirmos legislar sobre esta área sob pena de não podermos concretizar os projetos essenciais à criação de emprego", disse ainda.

Recorde-se que um dos pilares do novo quadro de terras e propriedades de Timor-Leste será, necessariamente, o Sistema Nacional de Cadastro, projeto que está a ser desenvolvido pelo consórcio luso-timorense das empresas GMN-H e ARM-APPRIZE e que pretende criar um sistema de registo cadastral para todo o país.

Jorge Serrano, responsável do grupo GMN-H, disse recentemente à Lusa que o projeto "está a correr muito bem" e que os objetivos estão a ser ultrapassados.

A equipa do SNC deverá ampliar esta semana o seu trabalho de registo cadastral a sete distritos, com os restantes a serem efetivados nos próximos meses.

ASP // DM

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