quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Angola: CNE SÓ TEM EXPLICAÇÕES DA TANGA, UNITA AMEAÇA E POLÍCIA RIPOSTA

 


Partidos pedem explicações à CNE sobre acreditação de delegados de lista
 
29 de Agosto de 2012, 20:57
 
Luanda, 29 ago (Lusa) -- O Partido da Renovação Social (PRS), terceira maior força angolana, vai pedir ainda hoje esclarecimentos à Comissão Nacional Eleitoral (CNE) sobre a acreditação dos seus delegados de lista, disse à Lusa um dirigente partidário..
 
O candidato a vice-presidente da República do PRS e também secretário-geral do partido, Benedito Daniel, afirmou que, a CNE apenas credenciou três mil da lista de 45 mil delegados apresentadas para acreditação, no âmbito das eleições gerais em Angola na sexta-feira.
 
"Por exemplo em Luanda, apresentámos uma lista de 2124 delegados, mas a CNE apenas credenciou em alguns municípios", disse Benedito Daniel, sublinhando que em Viana, atualmente o município mais populoso de Luanda, ninguém foi credenciado.
 
"Queremos saber por que é que a CNE está a querer diminuir a nossa capacidade de controlo do pleito", referiu Benedito Daniel, salientando aquele órgão eleitoral tem alegado "questões técnicas".
 
O político declarou não compreender a razão porque a CNE esperou pelo último dia para credenciar os delegados.
 
"Já não há tempo para fazer a reclamação por escrito, por isso criámos uma comissão que vai à CNE ainda esta noite e pedir uma audiência com o seu presidente para uma explicação", comunicou Benedito Daniel.
 
Também a coligação eleitoral Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE) entregou hoje à CNE reclamações ligadas à acreditação dos seus delegados de lista.
 
Segundo o secretário-executivo da CASA-CE, Leonel Gomes, o documento entregue àquele órgão eleitoral merecerá resposta na quinta-feira, um dia antes da realização da votação.
 
Leonel Gomes referiu que o presidente da CNE, André da Silva Neto, tomou nota das reclamações apresentadas e prometeu encaminhá-las para o "gabinete de crise", uma estrutura daquele órgão recentemente criada para cuidar destas situações.
 
"Sem delegados de lista não há fiscalização e um processo sem fiscalização pode ser tudo, menos credível", disse Leonel Gomes citado pela agência de notícias angolana, Angop.
 
Em declarações à Lusa, a porta-voz da CNE, Júlia Ferreira, disse que este órgão não tem conhecimento de nenhum destes atos, referindo que, quando apresentada atempadamente, a informação é transmitida aos órgãos de comunicação social.
 
NME
 
Líder da UNITA quer discutir adiamento da votação com José Eduardo dos Santos
 
29 de Agosto de 2012, 21:56
 
Luanda, 29 ago (Lusa) - O líder da UNITA, Isaías Samakuva, disse hoje em Luanda que vai pedir um encontro com o presidente do partido no poder, José Eduardos Santos, para propor o adiamento das eleições gerais, marcadas para sexta-feira.
 
"Vamos propor um encontro com candidato José Eduardo dos Santos para mais uma vez resolvermos esta situação", afirmou Samakuva a jornalistas angolanos e internacionais, na presença de centenas de apoiantes, nas instalações do partido em Viana, arredores de Luanda, acrescentando que o documento deve ser entregue na quinta-feira, véspera da votação.
 
"Temos privilegiado o diálogo, a nossa vontade e o nosso interesse em preservar a paz", prosseguiu o líder do maior partido de oposição, garantindo que, se as partes falarem, "a paz e a estabilidade são possíveis".
 
"Se acharem que não é necessário, então, nessa altura, não podemos ser responsabilizados pelo que vier a acontecer", afirmou, numa declaração interrompida pelos apoiantes que gritavam "vamos lá, vamos lá".
 
Samakuva prometeu manter os jornalistas sobre a resposta do partido do Governo: "Estejam atentos", disse ainda aos jornalistas e apoiantes o presidente da UNITA, que tem alertado, ao longo da campanha que hoje termina, para irregularidades no processo eleitoral.
 
"Este é o pior processo eleitoral de sempre. Se foi deliberado, não posso dizer, mas não há condições para as eleições depois de amanhã (sexta-feira), insistiu o dirigente político, que disse te ouvido relatos de "coisas incríveis" e ter provas delas: "É vergonhoso."
 
O Secretariado Político da UNITA esteve reunido entre a chegada de Samakuva, proveniente da província do Bié, e a proclamação do que considerou uma "importante declaração aos angolanos".
 
"Queremos assumir as nossas responsabilidades perante os angolanos e o mundo", disse ainda Samakuva, acrescentando que o seu partido tem "todo o interesse" em participar nas eleições, desde que se corrijam os erros e se respeite a lei.
 
A UNITA denunciou no último mês irregularidades em curso nas eleições gerais de 31 de agosto, a respeito de cadernos eleitorais, acreditação dos delegados de lista e cópias das atas síntese no fim da votação em cada mesa, tendo apresentado as suas queixas à Comissão Nacional Eleitoral, que, no entanto as considerou "infundadas".
 
Na segunda-feira, o porta-voz da UNITA, Alcides Sakala disse que, a persistirem as alegadas irregularidades eleitorais, o partido do Galo Negro não reconhecerá legitimidade ao futuro Governo que resultar deste escrutínio.
 
EL/HB
 
Polícia Nacional pronta para responder a "ameaça" da UNITA
 
30 de Agosto de 2012, 12:16
 
Luanda, 30 ago (Lusa) - O comandante da Polícia Nacional de Angola criticou hoje o "pronunciamento leviano" do líder UNITA a pedir o adiamento das eleições gerais e disse que a sua força está pronta para responder a essa "ameaça" e garantir a votação.
 
Em conferência de imprensa hoje em Luanda, Ambrósio de Lemos afirmou que a Polícia Nacional "não vai permitir que haja perturbações em função dessa ameaça" às eleições gerais na sexta-feira, garantindo a defesa até às "últimas consequências" do Governo e do seu líder.
 
"Somos uma instituição do Governo e a polícia vai defender este Governo até às últimas consequências e muito especialmente o seu líder, porque é um Presidente que está aqui, e não podemos permitir que qualquer pessoa de forma leviana desafie e insulte a mais alta entidade deste país", declarou o comandante nacional da Polícia.
 
Na quinta-feira, Isaías Samakuva, líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), anunciou o desejo de um encontro com o presidente do partido no poder, José Eduardo dos Santos, para discutir o adiamento das eleições, em resultado de alegadas irregularidades, não se responsabilizado pelas consequências caso o diálogo seja recusado.
 
Para Ambrósio de Lemos, o pronunciamento do líder do maior partido de oposição foi "leviano" e levou-o a questionar o motivo pelo qual a UNITA aceitou anteriormente a data da realização das eleições e a participação na campanha eleitoral.
 
"Porque fizeram a campanha eleitoral? É uma pergunta que se pode fazer. A campanha eleitoral teve lugar em todo o país e esse senhor terminou-a ontem [quinta-feira] com esse pronunciamento", disse o comandante da Polícia Nacional, acrescentando que, "naturalmente, quem de direito irá dar resposta a isso".
 
A Polícia Nacional, garantiu, "está pronta e prestará serviços específicos nesta quadra para dar resposta a todos os desafios que atentem contra a estabilidade e a materialização das eleições" e apela "a todas as formações políticas para que os seus militantes e simpatizantes observem as leis, normas e regulamentos estabelecidos".
 
"Os pronunciamentos de incitamento à desordem devem ser banidos de qualquer um dos políticos envolvidos neste processo eleitoral", disse Ambrósio de Lemos, insistindo que, em caso da perturbação da ordem, a sua força não irá esperar para dar "uma resposta para o imediato restabelecimento da segurança pública".
 
O comandante nacional informou que o pronunciamento da UNITA não alterou o plano de segurança previsto para sexta-feira, que envolve um total de 70 mil efetivos em todo o país, e confia que "o povo está maduro, consciente, quer paz" e não vê necessidade de se entrar "numa violência ou numa contenda".
 
"Estamos prontos para atender a essas questões todas", assegurou o comandante da Polícia Nacional e, na sexta-feira, "todos os cidadãos em condições de votar devem acorrer às urnas para exercer o seu direito".
 
No balanço da operação do último mês, a Polícia Nacional registou 19 crimes relacionados com a campanha eleitoral iniciada a 31 de julho, 13 dos quais esclarecidos, com vinte detidos, a maior parte relacionada com vandalismo, ofensas corporais e furtos.
 
"Podemos dizer que a campanha dos partidos e coligações de partidos puderam apresentar os respetivos programas de Governo e os argumentos políticos para convencer os eleitores", afirmou Paulo de Almeida, segundo comandante da Polícia Nacional.
 
HB/EL.
 
*O título nos Compactos de Notícias são de autoria PG
 
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