quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

O TEMOR À REALIDADE OBJECTIVA E O OPORTUNISMO

 

Rómulo Pardo Silva [*]
 
Não é desconhecimento da realidade e sim manipulação política da população mundial. Mencionam-se factos problemáticos mas ocultam-se suas raízes e consequências.

Diz-se que os Estados Unidos gastam em armas, que a China fabrica porta-aviões, que a Rússia protesta pela defesa anti-mísseis da NATO... Não se diz que se está a preparar uma guerra nuclear que poderia significar o fim da humanidade.

A imprensa fala da crise financeira, do desemprego, de baixos crescimentos económicos e recessões... Oculta-se que se trata de uma crise estrutural do sistema.

Alguém explicou como fazer cidades sustentáveis... (num sistema global insustentável).

O maior produtor de cobre, o Chile, tem reservas para 66 anos e é o seu principal rendimento. Depois...

O petróleo, o gás, o carvão não serão eternos.

Aparentemente é certo que alguns não vêem o problema futuro.

Mas há muitos que o vêem e calam. Só o reconhecem em privado.

Não é democrático manejar à vontade a informação, todos devem saber o que é importante para si e para os descendentes.

Muitos poucos são sinceros e confessam em voz baixa que não lhes convém politicamente dizer em público o que se enfrentará no amanhã.

O concreto é que o futuro é ameaçador. Podem-se discutir datas e números mas não que ocorrerá um fim de época.

A grande verdade que ocultam é que se vive uma marcha para um colapso inevitável desta civilização de espoliação insustentável de recursos naturais, que desaparecerá.

Não se trata de uma subjectividade pessimista e sim de uma objectividade que deve ser enfrentada construindo uma ordem planificada e solidária.

Explicando, propondo e actuando.
 
28/Janeiro/2014
 
 

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