A analista Cristina
Barrios, do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia afirmou que a
realização de um Fórum Económico na véspera da IV Cimeira UE-Africa mostra o
interesse comum em desenvolver oportunidades de negócio.
"As empresas
europeias continuam a ter interesse em investir no continente africano, mas
África também está empenhada em mudar o paradigma de que continua a precisar de
ajuda para ser mais um parceiro", disse à agência Lusa.
Mais do que a China
ou América Latina, a União Europeia é o mercado mais atrativo para as
exportações africanas por causa da proximidade, vincou.
O V Fórum Económico
Africa-UE tem lugar a 31 de março e 01 de abril e deverá reunir cerca de 500
participantes, incluindo empresários do setor privado e representantes de
governos dos dois continentes.
Nos dois dias
seguintes, a 02 e 03 de abril, realiza-se a IV Cimeira UE/África, tem por tema
"Investir nas Pessoas, Prosperidade e Paz", elegendo como
prioridades, entre outras, as questões da segurança e do reforço da cooperação
económica.
Cristina Barrios vê
no número de presenças confirmadas, cerca de 40 chefes de Estado e governo
africanos e mais de 20 europeus, o "interesse dos dois lados em
revitalizar esta parceria".
As questões de paz
e segurança, por serem mais urgentes e menos controversas, deverão aproximar
europeus e africanos, na gestão de conflitos em países como a República
Centro-Africana, Mali e Sudão do Sul.
Todavia, vincou a
analista, "os parceiros africanos percebem que a UE apresenta-se numa
fragilidade por causa da situação na Ucrânia".
Outras questões,
como a lei contra a homossexualidade no Uganda ou a imigração, deverão ser
abordadas, mas de forma "politicamente correta" e sem grandes
envolver grandes resoluções, previu.
A primeira cimeira
UE/África, iniciativa que teve em Portugal um dos principais promotores,
realizou-se em 2000 no Cairo, altura em que as duas partes expressaram o
empenho em criar as condições para dar uma nova dimensão às relações entre os
dois continentes.
A segunda decorreu
em 2007, em Lisboa, durante a presidência portuguesa da EU e permitiu
equilibrar as relações entre África e Europa, avançando-se das tradicionais
doações para um sistema de parceria económica, de forma a enfrentar os novos
desafios e as novas oportunidades geradas pela globalização da economia.
Tripoli, ainda no
regime do então líder líbio, Muammar Kadhafi, recebeu a terceira cimeira, em
2010, tendo as duas partes definido com maior clareza os critérios para o
cumprimento da Estratégia Conjunta acordada em Lisboa, sobretudo na transição
da até então tradicional cooperação para os Acordos de Parceria Económica
(APE), cujas negociações estão ainda longe de concluídas.
Lusa, em Notícias
ao Minuto
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