domingo, 30 de março de 2014

UE/África: Fórum Económico mostra interesse comum em oportunidades de negócio




A analista Cristina Barrios, do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia afirmou que a realização de um Fórum Económico na véspera da IV Cimeira UE-Africa mostra o interesse comum em desenvolver oportunidades de negócio.

"As empresas europeias continuam a ter interesse em investir no continente africano, mas África também está empenhada em mudar o paradigma de que continua a precisar de ajuda para ser mais um parceiro", disse à agência Lusa.

Mais do que a China ou América Latina, a União Europeia é o mercado mais atrativo para as exportações africanas por causa da proximidade, vincou.

O V Fórum Económico Africa-UE tem lugar a 31 de março e 01 de abril e deverá reunir cerca de 500 participantes, incluindo empresários do setor privado e representantes de governos dos dois continentes.

Nos dois dias seguintes, a 02 e 03 de abril, realiza-se a IV Cimeira UE/África, tem por tema "Investir nas Pessoas, Prosperidade e Paz", elegendo como prioridades, entre outras, as questões da segurança e do reforço da cooperação económica.

Cristina Barrios vê no número de presenças confirmadas, cerca de 40 chefes de Estado e governo africanos e mais de 20 europeus, o "interesse dos dois lados em revitalizar esta parceria".

As questões de paz e segurança, por serem mais urgentes e menos controversas, deverão aproximar europeus e africanos, na gestão de conflitos em países como a República Centro-Africana, Mali e Sudão do Sul.

Todavia, vincou a analista, "os parceiros africanos percebem que a UE apresenta-se numa fragilidade por causa da situação na Ucrânia".

Outras questões, como a lei contra a homossexualidade no Uganda ou a imigração, deverão ser abordadas, mas de forma "politicamente correta" e sem grandes envolver grandes resoluções, previu.

A primeira cimeira UE/África, iniciativa que teve em Portugal um dos principais promotores, realizou-se em 2000 no Cairo, altura em que as duas partes expressaram o empenho em criar as condições para dar uma nova dimensão às relações entre os dois continentes.

A segunda decorreu em 2007, em Lisboa, durante a presidência portuguesa da EU e permitiu equilibrar as relações entre África e Europa, avançando-se das tradicionais doações para um sistema de parceria económica, de forma a enfrentar os novos desafios e as novas oportunidades geradas pela globalização da economia.

Tripoli, ainda no regime do então líder líbio, Muammar Kadhafi, recebeu a terceira cimeira, em 2010, tendo as duas partes definido com maior clareza os critérios para o cumprimento da Estratégia Conjunta acordada em Lisboa, sobretudo na transição da até então tradicional cooperação para os Acordos de Parceria Económica (APE), cujas negociações estão ainda longe de concluídas.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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