segunda-feira, 7 de abril de 2014

Organização timorense recomenda aprovação da lei contra tráfico de droga




Díli, 07 abr (Lusa) - A organização não-governamental timorense Fundação Mahein recomendou hoje ao Governo de Timor-Leste que acelere a aprovação da legislação contra o tráfico de droga e às forças de segurança uma maior coordenação no combate ao narcotráfico.

"Recomendamos ao ministro da Justiça que acelere o projeto de lei sobre o tráfico de drogas e consumo ilícito de drogas para o Conselho de Ministros", referiu a Fundação Mahein - Monitorização, Pesquisa, e Advocacia do Setor da Segurança, num relatório sobre consumo e combate à droga no país.

O ministro da Justiça timorense, Dionísio Babo, apresentou publicamente em agosto de 2013 uma anteproposta de lei de combate ao tráfico e consumo ilícito de drogas, que esteve em discussão pública até setembro do mesmo ano.

A proposta de lei apresentada para discussão pública prevê penas que variam entre um mês e 16 anos de prisão para o consumo e tráfico de droga e entre cinco e 25 anos para quem promover, fundar ou financiar grupos organizados ou de associação criminosa relacionados com a droga.

Na proposta pode ler-se que, como ainda não se regista em Timor-Leste a "gravidade da situação alcançada em outros países", se optou por uma punição do consumo, através de uma incriminação suave, dirigida sobretudo para o tratamento médico.

A lei prevê também penas de prisão para médicos, enfermeiros, farmacêuticos e outros técnicos de saúde que prescrevam preparados para fins não terapêuticos e para proprietários de estabelecimentos públicos que consintam o tráfico ou o uso ilícito de drogas.

A anteproposta do projeto de lei prevê também a expulsão de estrangeiros do país em caso de consumo ou tráfico de droga.

No relatório, a Fundação Mahein recomendou também às autoridades da segurança que coordenem esforços para ajudar a combater o uso e distribuição de drogas em Timor-Leste.

"O facto de não existir uma lei sobre drogas representa um desafio ainda maior para as instituições de segurança no combate a esta ameaça, apesar disso, a Fundação Mahein constatou um esforço da PNTL (Polícia Nacional de Timor-Leste) para deter cidadãos estrangeiros e timorenses envolvidos no tráfico de droga", referiu a organização.

Segundo a fundação, a questão da droga "está a tornar-se uma preocupação pública em Timor-Leste, com o fluxo de drogas no país a aumentar o que representa uma ameaça para a juventude timorense".

A Fundação Mahein disse ainda que "estrangeiros têm usado Timor-Leste como lugar de trânsito para compra e venda de drogas".

"Isto está a tornar-se um problema em Timor-Leste devido às fronteiras terrestres e marítimas que são porosas e à fragilidade do setor de segurança", alertou, pedindo um melhor sistema de controlo fronteiriço.

MSE // VM - Lusa

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