Igor Siletsky – Voz da
Rússia
Os
ativistas radicais ucranianos insistem em que Piotr Poroshenko
ordene realizar uma “operação de limpeza” no sudeste da Ucrânia. Os combatentes
do batalhão Donbass se reuniram junto da Casa Civil e apresentaram um ultimato:
se as suas reivindicações não forem cumpridas, Poroshenko irá partilhar o
destino de Viktor Yanukovich. Ao mesmo tempo, o presidente ucraniano reconheceu
ser impossível resolver o problema por meio da força.
Representantes
de “batalhões de voluntários” exigem o fim da trégua e a introdução da lei
marcial nas regiões de Donetsk e Lugansk. Os participantes do comício deviam
ter esquecido que ali, para além de militantes armados, vivem milhares de
cidadãos pacíficos. Segundo muitos intervenientes, os habitantes de Donetsk e
Lugansk tinham participado de uma consulta popular sobre a federalização, se
pronunciando assim contra a Ucrânia una e indivisível, razão pela qual devem
ser eliminados. Todavia, na falta de soldados do exército, os extremistas
pediram distribuir armas no meio de “voluntários”.
Os eventos mais recentes em Kiev demonstraram que Piotr Poroshenko não é capaz de controlar a situação no seu país, sustenta o doutor em ciências políticas, Vladimir Schtol:
“Ocupando formalmente o posto presidencial, ele não possui o poder. Declarações e a postura de outras forças políticas comprovam-no. Além disso, as negociações travadas com representantes de independentistas não garantem o êxito do plano de paz apresentado por Poroshenko. O atual presidente está cumprindo uma missão que lhe foi incumbida – destruir a soberania e se transformar num instrumento dócil nas mãos de seus patrocinadores do Ocidente”.
O “plano de paz” não trouxe a paz para os habitantes do sudeste. O Exército continua alvejando cidades e vilas, acusando os destacamentos de milícia popular de violarem o regime de cessar-fogo.
As autoridades de Kiev não escondem o fato de o presidente ter tomado a decisão sobre a trégua sob a forte pressão do Ocidente. Segundo anunciaram há dias, ele tem um "plano B" que em breve poderá vir a ser implementado. Ora, as palavras de Poroshenko sobre a impossibilidade de solucionar a crise mediante a força de armas não devem ser compreendidas literalmente, considera o politólogo, Igor Shishkin:
“Ele não disse querer equacionar a crise através de eventuais compromissos entre Kiev e o sudeste. Frisou ser possível resolver o problema, alcançando a vitória na luta ideológica. Isto quer dizer que a crise será resolvida quando os jovens da região rebelde entoarem o conhecido slogan xenófobo “quem não salta conosco é moskal (russo)”. Poroshenko deixou claro o objectivo – transformar o Leste do paísem
uma Galícia da Europa Central. Confessou ainda que a tarefa
desta “revolução” foi transformar a Ucrânia em baluarte antirrusso.
Porém, na Ucrânia há muitos outros “paladinos” da construção de um cordão antirrusso que, aliás, propõem métodos mais duros. Os batalhões Donetsk, Aidar e outros não se reuniram em frente da administração presidencial por iniciativa própria. São os exércitos fantoches dos oligarcas, por exemplo, do governador da região de Dnepropetrovsk, Igor Kolomoisky, que, pelo visto, decidiu tomar conta do sudeste; constata o doutor em ciências políticas, Serguei Chernyakhovsky:
“Ninguém provou que Kolomoisky não queria a separação do sudeste ucraniano. Neste caso, ele se tornaria dono de todo o potencial industrial dessa região. Dessa forma, seriam criadas duas Ucrânias – uma de Kolomoisky e a outra de Poroshenko. Esse último não quer ver reforçadas as posições de Kolomoisky. Todavia, ambos estão interessados no prosseguimento da guerra para aniquilar o Setor de Direita. Os ultranacionalistas irão matar rebeldes pró-russos e vice-versa”.
É verdade que o Setor de Direita constituiu a principal força durante os acontecimentos trágicos de fevereiroem Kiev. Hoje , seus grupos armados aliados à Guarda
Nacional estão formando a maior “força de choque” usada nos combates contra as
milícias de Donbass. Claro que Kiev não precisa destes elementos extremistas
desobedientes.
Prorrogar a trégua e enviar inspetores da OSCE aos postos de controle – foi um tema da última conversa telefônica entre Piotr Poroshenko, Vladimir Putin, Angela Merkel e François Hollande. Na ótica de analistas, cedo ou tarde, Kiev deverá entender que a solução da crise passa única e exclusivamente pelo processo negocial. Em qualquer das maneiras, a Ucrânia já não poderá manter sua integridade. Os novos poderes da Ucrânia tudo têm feito para realizar este triste cenário.
Os eventos mais recentes em Kiev demonstraram que Piotr Poroshenko não é capaz de controlar a situação no seu país, sustenta o doutor em ciências políticas, Vladimir Schtol:
“Ocupando formalmente o posto presidencial, ele não possui o poder. Declarações e a postura de outras forças políticas comprovam-no. Além disso, as negociações travadas com representantes de independentistas não garantem o êxito do plano de paz apresentado por Poroshenko. O atual presidente está cumprindo uma missão que lhe foi incumbida – destruir a soberania e se transformar num instrumento dócil nas mãos de seus patrocinadores do Ocidente”.
O “plano de paz” não trouxe a paz para os habitantes do sudeste. O Exército continua alvejando cidades e vilas, acusando os destacamentos de milícia popular de violarem o regime de cessar-fogo.
As autoridades de Kiev não escondem o fato de o presidente ter tomado a decisão sobre a trégua sob a forte pressão do Ocidente. Segundo anunciaram há dias, ele tem um "plano B" que em breve poderá vir a ser implementado. Ora, as palavras de Poroshenko sobre a impossibilidade de solucionar a crise mediante a força de armas não devem ser compreendidas literalmente, considera o politólogo, Igor Shishkin:
“Ele não disse querer equacionar a crise através de eventuais compromissos entre Kiev e o sudeste. Frisou ser possível resolver o problema, alcançando a vitória na luta ideológica. Isto quer dizer que a crise será resolvida quando os jovens da região rebelde entoarem o conhecido slogan xenófobo “quem não salta conosco é moskal (russo)”. Poroshenko deixou claro o objectivo – transformar o Leste do país
Porém, na Ucrânia há muitos outros “paladinos” da construção de um cordão antirrusso que, aliás, propõem métodos mais duros. Os batalhões Donetsk, Aidar e outros não se reuniram em frente da administração presidencial por iniciativa própria. São os exércitos fantoches dos oligarcas, por exemplo, do governador da região de Dnepropetrovsk, Igor Kolomoisky, que, pelo visto, decidiu tomar conta do sudeste; constata o doutor em ciências políticas, Serguei Chernyakhovsky:
“Ninguém provou que Kolomoisky não queria a separação do sudeste ucraniano. Neste caso, ele se tornaria dono de todo o potencial industrial dessa região. Dessa forma, seriam criadas duas Ucrânias – uma de Kolomoisky e a outra de Poroshenko. Esse último não quer ver reforçadas as posições de Kolomoisky. Todavia, ambos estão interessados no prosseguimento da guerra para aniquilar o Setor de Direita. Os ultranacionalistas irão matar rebeldes pró-russos e vice-versa”.
É verdade que o Setor de Direita constituiu a principal força durante os acontecimentos trágicos de fevereiro
Prorrogar a trégua e enviar inspetores da OSCE aos postos de controle – foi um tema da última conversa telefônica entre Piotr Poroshenko, Vladimir Putin, Angela Merkel e François Hollande. Na ótica de analistas, cedo ou tarde, Kiev deverá entender que a solução da crise passa única e exclusivamente pelo processo negocial. Em qualquer das maneiras, a Ucrânia já não poderá manter sua integridade. Os novos poderes da Ucrânia tudo têm feito para realizar este triste cenário.
Foto:
AP/Serguei Chuzavkov
Leia mais em Voz da Rússia
Sem comentários:
Enviar um comentário