sexta-feira, 17 de outubro de 2014

ONG insta líderes a pressionar fim de regime militar na Tailândia no fórum Ásia-Europa




Banguecoque, 16 out (Lusa) -- A Human Rights Watch (HRW) pediu hoje aos líderes que vão participar na X Cimeira ASEM (Ásia-Europa) para pressionarem a Tailândia no sentido de ser restabelecida a ordem democrática durante o fórum que se inicia hoje em Milão.

O primeiro-ministro da Tailândia, o general Prayuth Chan-ocha, vai liderar a delegação do país asiático naquela que será a sua primeira visita oficial ao estrangeiro após tomar o poder num golpe de Estado a 22 de maio.

"O general Prayuth deveria deixar Milão com a mensagem clara de que os líderes europeus não aceitam o contínuo governo militar na Tailândia, disse o diretor para a Ásia da HRW, Brad Adams, em comunicado.

"A junta tailandesa deve compreender que um regresso à normalidade não terá lugar até que a Tailândia restaure um governo civil democrático através de eleições livres e justas", realçou.

Segundo a organização, após tomar o poder, a junta não deu qualquer passo "genuíno" com vista ao restabelecimento da democracia, mantém uma lei marcial que permitir a prática de violações aos direitos humanos com impunidade e cercou as instituições do país com militares, incluindo o novo Parlamento.

A HRW denuncia ainda a "grave supressão" de direitos e liberdades fundamentais por parte da junta que impôs a censura, com mais de 200 portais bloqueados, e proibiu manifestações e debates políticos sobre direitos humanos e democracia.

"A Tailândia encontra-se sob uma vasta campanha contra a liberdade de expressão e reunião que não mostra sinais de terminar", disse Adams, pedindo aos governos europeus para que exerçam "pressão" sobre Banguecoque.

A União Europeia criticou o golpe de Estado e impôs sanções à Tailândia -- como o congelamento de um tratado de cooperação e a suspensão de visitas oficiais --, mas no mês passado acordou não vetar a presença de Prayuth na cimeira.

Os parceiros da ASEM, organização criada em 1996, representam cerca de 60% da população mundial, metade do Produto Interno Bruto (PIB) global e 70% do comércio internacional.

Além de participar no fórum da ASEM, Prayuth irá visitar Londres. Na sexta-feira, deverá reunir-se com o primeiro-ministro britânico, em Downing Street, local para onde foi convocada uma manifestação, segundo o jornal Bangkok Post.

DM - Lusa

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