Pequim,
17 out (Lusa) -- Pequim condenou veementemente a visita realizada hoje por mais
de uma centena de deputados japoneses ao controverso santuário Yasukuni, em
Tóquio, que presta homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial e de outros
conflitos bélicos.
"A
China está gravemente preocupada e opõe-se firmemente às atividades negativas
no Japão em torno do santuário Yasukuni", afirmou o porta-voz do
Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hong Lei.
Um
grupo composto por 110 deputados de todo o espectro partidário visitou hoje o
santuário de Yasukuni no primeiro de quatro dias do festival de outono.
"A
China gostaria de reiterar que as relações sino-japonesas podem apenas conhecer
um desenvolvimento saudável e estável quando o Japão enfrentar e mostrar
arrependimento relativamente ao seu agressivo passado e dissociar-se do
militarismo", advertiu Hong Lei, em comunicado.
"Instamos
o lado japonês a lidar com os assuntos relevantes de uma forma responsável, a
manter as suas posições e compromissos feitos até agora sobre questões
históricas e a ganhar a confiança dos seus vizinhos asiáticos e da comunidade
internacional com ações concretas".
Já
o primeiro-ministro conservador Shinzo Abe, atualmente em Milão a participar da
cimeira Europa-Ásia, enviou uma oferenda: uma árvore sagrada conhecida como
"masakaki", à semelhança do que fez em abril, aquando do festival da
primavera.
O
santuário, de 145 anos, presta tributo a cerca de 2,5 milhões de cidadãos que
morreram na Segunda Guerra Mundial e noutros conflitos bélicos.
Porém,
é altamente controverso porque entre os homenageados figuram criminosos de
guerra, tal como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque contra Pearl
Harbor.
Os
vizinhos do Japão, em
particular China e Coreia do Sul, interpretam a 'peregrinação'
de políticos e dignitários japoneses ao santuário como um insulto e uma
dolorosa lembrança da agressão de Tóquio na primeira metade do século XX.
DM
// DM - Lusa
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