sexta-feira, 17 de outubro de 2014

China condena visita de deputados japoneses a controverso santuário de guerra




Pequim, 17 out (Lusa) -- Pequim condenou veementemente a visita realizada hoje por mais de uma centena de deputados japoneses ao controverso santuário Yasukuni, em Tóquio, que presta homenagem aos mortos da Segunda Guerra Mundial e de outros conflitos bélicos.

"A China está gravemente preocupada e opõe-se firmemente às atividades negativas no Japão em torno do santuário Yasukuni", afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Hong Lei.

Um grupo composto por 110 deputados de todo o espectro partidário visitou hoje o santuário de Yasukuni no primeiro de quatro dias do festival de outono.

"A China gostaria de reiterar que as relações sino-japonesas podem apenas conhecer um desenvolvimento saudável e estável quando o Japão enfrentar e mostrar arrependimento relativamente ao seu agressivo passado e dissociar-se do militarismo", advertiu Hong Lei, em comunicado.

"Instamos o lado japonês a lidar com os assuntos relevantes de uma forma responsável, a manter as suas posições e compromissos feitos até agora sobre questões históricas e a ganhar a confiança dos seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional com ações concretas".

Já o primeiro-ministro conservador Shinzo Abe, atualmente em Milão a participar da cimeira Europa-Ásia, enviou uma oferenda: uma árvore sagrada conhecida como "masakaki", à semelhança do que fez em abril, aquando do festival da primavera.

O santuário, de 145 anos, presta tributo a cerca de 2,5 milhões de cidadãos que morreram na Segunda Guerra Mundial e noutros conflitos bélicos.

Porém, é altamente controverso porque entre os homenageados figuram criminosos de guerra, tal como o general Hideki Tojo, que autorizou o ataque contra Pearl Harbor.

Os vizinhos do Japão, em particular China e Coreia do Sul, interpretam a 'peregrinação' de políticos e dignitários japoneses ao santuário como um insulto e uma dolorosa lembrança da agressão de Tóquio na primeira metade do século XX.

DM // DM - Lusa

Sem comentários:

Mais lidas da semana