Díli,
17 out (Lusa) - O Governo de Timor-Leste considerou hoje que o Índice Global da
Fome não representa a realidade no país e debilita o trabalho que está a ser
feito pelos parceiros timorenses e internacionais.
O
relatório divulgado segunda-feira qualificou a situação de "fome
invisível", uma forma de subnutrição caracterizada pela falta de
nutrientes essenciais, em Timor-Leste como "alarmante".
"O
Índice Global da Fome não representa com exatidão a situação atual em
Timor-Leste e debilita o trabalho árduo que está a ser feito por parceiros
timorenses e internacionais para melhorar as condições do país", afirmou
em comunicado o porta-voz do Governo timorense e ministro de Estado e da
Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.
Segundo
o porta-voz do Governo timorense, os dados demonstram que está a ser registado
um progresso significativo em relação aos "desafios incríveis" que o
país tem de enfrentar.
"O
Governo continua a agradecer as contribuições que se revelam úteis e que
auxiliam os nossos esforços para elevar a qualidade de vida dos cidadãos de
Timor-Leste", acrescenta no comunicado Agio Pereira.
No
comunicado, o ministro timorense considera igualmente como
"alarmante" o facto de o relatório "representar um cenário onde
Timor-Leste é um país que falha em progredir", salientando que o país tem
subido na classificação.
"Em
países como Timor-Leste, onde os desafios são consideráveis, o progresso
constante deve ser celebrado e utilizado para motivar o alcance de ainda mais
objetivos. A deturpação é potencialmente desmoralizadora e
desestabilizadora", sublinhou.
Em
julho, o governo timorense apresentou um Plano de Ação para a Segurança
Alimentar e Nutricional de Timor-Leste, que pretende acabar com a fome e má
nutrição no país até 2030.
O
programa é baseado em quatro pilares, nomeadamente o acesso a alimentos
adequados, nutritivos e acessíveis, acabar com o atraso no crescimento das
crianças com menos de dois anos, sistemas alimentares sustentáveis, aumento da
produção agrícola e diminuição do desperdício alimentar.
Segundo
dados do governo timorense, 62 por cento dos agricultores timorenses passam,
pelo menos, um mês por ano sem alimentos produzidos por si e disponíveis para
consumo.
Indicadores
de taxa de prevalência de má nutrição do Plano de Ação para a Segurança
Alimentar e Nutricional de Timor-Leste mostram que 50,2 por cento das crianças
com menos de cinco anos têm baixa estatura e 37,7 por cento peso insuficiente.
Os
números revelam também que 62,5% das crianças com menos de cinco anos sofrem de
anemia e que 46% têm falta de vitamina A.
MSE
// JPS - Lusa
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