sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Índice Global da Fome não representa com exatidão situação em Timor-Leste - Governo




Díli, 17 out (Lusa) - O Governo de Timor-Leste considerou hoje que o Índice Global da Fome não representa a realidade no país e debilita o trabalho que está a ser feito pelos parceiros timorenses e internacionais.

O relatório divulgado segunda-feira qualificou a situação de "fome invisível", uma forma de subnutrição caracterizada pela falta de nutrientes essenciais, em Timor-Leste como "alarmante".

"O Índice Global da Fome não representa com exatidão a situação atual em Timor-Leste e debilita o trabalho árduo que está a ser feito por parceiros timorenses e internacionais para melhorar as condições do país", afirmou em comunicado o porta-voz do Governo timorense e ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Agio Pereira.

Segundo o porta-voz do Governo timorense, os dados demonstram que está a ser registado um progresso significativo em relação aos "desafios incríveis" que o país tem de enfrentar.

"O Governo continua a agradecer as contribuições que se revelam úteis e que auxiliam os nossos esforços para elevar a qualidade de vida dos cidadãos de Timor-Leste", acrescenta no comunicado Agio Pereira.

No comunicado, o ministro timorense considera igualmente como "alarmante" o facto de o relatório "representar um cenário onde Timor-Leste é um país que falha em progredir", salientando que o país tem subido na classificação.

"Em países como Timor-Leste, onde os desafios são consideráveis, o progresso constante deve ser celebrado e utilizado para motivar o alcance de ainda mais objetivos. A deturpação é potencialmente desmoralizadora e desestabilizadora", sublinhou.

Em julho, o governo timorense apresentou um Plano de Ação para a Segurança Alimentar e Nutricional de Timor-Leste, que pretende acabar com a fome e má nutrição no país até 2030.

O programa é baseado em quatro pilares, nomeadamente o acesso a alimentos adequados, nutritivos e acessíveis, acabar com o atraso no crescimento das crianças com menos de dois anos, sistemas alimentares sustentáveis, aumento da produção agrícola e diminuição do desperdício alimentar.

Segundo dados do governo timorense, 62 por cento dos agricultores timorenses passam, pelo menos, um mês por ano sem alimentos produzidos por si e disponíveis para consumo.

Indicadores de taxa de prevalência de má nutrição do Plano de Ação para a Segurança Alimentar e Nutricional de Timor-Leste mostram que 50,2 por cento das crianças com menos de cinco anos têm baixa estatura e 37,7 por cento peso insuficiente.

Os números revelam também que 62,5% das crianças com menos de cinco anos sofrem de anemia e que 46% têm falta de vitamina A.

MSE // JPS - Lusa

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