Aumentam
casos de deliquência juvenil, diz deputado. Arcebispo diz que crise é também
resultado de "más escolhas que têm consequências".
Kim Tchalyongo – Voz da América
A
juventude angolana está a ser particularmente afectada pela crise financeira
causada pela queda do preço do petróleo nos mercados mundiais.
Empresas
estão a encerrar as portas e muitas daquelas onde isso não acontece estão a
reduzir pessoal começando os despedimentos geralmente pelos empregados
mais jovens.
O
governo por seu turno anunciou já que não vai efectuar concursos públicos para
vagas no funcionalismo afectando ainda mais a juventude que procura emprego.
Por
esta razão o Fórum de Intervenção e Cidadania decidiu reunir os líderes das
organizações juvenis para discutir as soluções para crise.
Para
N´fuca Muzemba, membro do Fórum de Intervenção e Cidadania e um dos
organizadores da mesa redonda, os jovens têm estado a pagar a factura elevada
da crise, por esta razão, adiantou que a abordagem da “Crise económica, o
desemprego juvenil e as suas soluções” é uma forma de pressionar as autoridades
a encontrarem caminhos para juventude, face à crise resultante da variação do
preço do barril de petróleo.
Aliadas
ao Fórum de Intervenção e Cidadania na procura de soluções para crise estão
várias outras instituições da sociedade civil, entre as quais a igreja católica
que recentemente realizou a 5ª semana social, sob o lema “Igualdade de
oportunidades”.
Falando
sobre a actual crise que o país enfrenta, no discurso de abertura da 5ª Semana
social, o Porta-voz da CEAST, Dom José Manuel Imbamba, indicou que as más
escolhas no país têm consequências sociais para todos, por isso defendeu que a
ética é fundamental para que todos possam beneficiar das riquezas de Angola.
O
Orçamento Geral do Estado voltou ao parlamento para ser novamente discutido em
função de alguns reajustes que deve sofrer face ao actual cenário de crise que
o país enfrenta.
N´fuca
Muzemba, que também é deputado à Assembleia Nacional salienta que os cortes que
estão a ser efectuados no OGE-2015, sobretudo nos sectores vitais, afectarão em
grande medida os jovens, já que muitas empresas estão a despedir funcionários.
“Há
gente que está a sofrer com o desemprego, há gente que acabou de se formar e
não vêm encontrar um emprego porque o próprio estado não vai realizar concurso
público”, disse.
“Temos
informações que empresas petrolíferas estão a despedir os jovens, isto para além
das outras empresas que já fecharam como consequência da crise”, acrescentou.
O
economista Filomeno Vieira Lopes fez notar que mesmo antes da crise ainda se
registavam no país locais de extrema pobreza.
Pessoas
há, segundo apontou, que estão em situação de vulnerabilidade, apesar dos 13
anos de paz, que se reflectem no “pulo” dado pelo OGE, em termos de receitas e
despesas cabimentadas para os mais variados sectores da vida pública e
económica de Angola.
Nfuca
Muzemba aponta a diversificação da economia como a solução para conjuntura em
Angola, porém reconhece que tal solução seja um processo a médio e longo prazo.
Para
o também deputado à Assembleia Nacional o Executivo precisa tomar um conjunto
medidas eficazes para retirar o país desta situação. A preservação dos sectores
vitais para a juventude é fundamental neste sentido.
Dom
José Manuel Imbamba, Porta-voz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé e
Arcebispo da Arquidiocese de Saurimo admite que a crise pode ser consequência
da translocação das soluções, onde se atribui culpa as questões técnicas
“quando a razão principal está na consciência das pessoas e na
responsabilidade ética”.
O
Arcebispo de Saurimo defendeu ainda a necessidade de se procurar um caminho
capaz de serenar os ânimos, de modos que o bem comum esteja ao dispor e
beneficie à todos.
“É
momento de pararmos para juntos com esta serenidade de espírito procurarmos
pensar e ver dentro daquela criatividade saudável, aquele caminho que vai
serenar os nossos ânimos para que tudo aquilo que é de todos beneficie à
todos, tudo aquilo que é de todos esteja ao dispor de todos, tudo aquilo que é
de todos realize à todos”, disse.
As
organizações juvenis pensam em continuar a concertação e fazer uma corrente
única, associando-se numa única voz para pressionar o poder político no sentido
de ter em conta as contribuições da juventude para solução da crise.
N´fuca
Muzemba olha para juventude angolana com preocupação já que em consequência
crise tem se verificado um aumento considerável da criminalidade, da prostituição, do nível de desemprego e de insatisfação no seio da camada
juvenil.
O
membro do FIC augura mais atenção para os problemas da juventude já é a franja
que mais sofre com a crise.
“É
sobre estas pessoas menos equipadas que nós nos vamos bater para que esta crise
não seja uma crise muito significante na vida das pessoas para que não possamos
desembocar noutras situações menos abonatórias para o país”, disse.
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