O
líder comunista estranhou hoje a ausência da palavra "crescimento" do
Programa de Estabilidade (PE) do Governo, acusando Passos Coelho de enganar os
portugueses com medidas provisórias tornadas permanentes, no debate parlamentar
quinzenal com o primeiro-ministro.
"No
denominado Programa de Estabilidade, é curioso que do título tenha caído a
palavra crescimento. Há uma conclusão a tirar - a propaganda que andava por aí,
do país a dar a volta, mais emprego, afinal não passava de conversa
fiada", afirmou Jerónimo de Sousa, lamentando que o executivo PSD/CDS-PP
queira "continuar a mesma política, com os mesmos objetivos", pois
"o documento prova que enganou os portugueses, procurando transformar em
definitivo aquilo que era anunciado como extraordinário".
Segundo
o secretário-geral do PCP, "primeiro era por três anos, agora, vai-se ver,
são cinco", condenando futuros cortes previstos de "mais 600 milhões
de euros nas reformas e pensões, de mais 400 milhões nos serviços públicos, a
manutenção da sobretaxa (de IRS) extraordinária até 2019".
"O
PE é assim designado porque é o seu nome, mas não caiu crescimento algum. Tem
lá a previsão de crescimento", contrariou o chefe do Governo, garantindo
que, como anunciado, "a sobretaxa de IRS e o IRC vão ser diminuídos
progressivamente", além da remoção dos cortes salariais na função pública,
"esperando que venha a ser constitucional".
Passos
Coelho lembrou que o Tribunal Constitucional voltará a ser
"confrontado" com aquelas medidas, como no passado, pois "não
disse que não podia ser feito no futuro".
"O
desastre é o crescimento da economia que estamos a viver em 2015 e que está
previsto para 2016? A redução do desemprego, a remoção das medidas
extraordinárias, que penalizavam os contribuintes? Como é que alguém que conduz
o país para o crescimento o está a conduzir para o desastre? Como pode dizer
isso quando nós tiramos o país do desastre?", questionou o
primeiro-ministro.
Jerónimo
de Sousa tinha citado os "dois pontos percentuais a menos de
desemprego" estimados para os próximos cinco anos e o que o executivo
pretendia fazer com "o milhão de portugueses que continuariam no
desemprego".
"Duraria
30 anos para se conseguir esse emprego necessário e sustentável. Este Governo
chegou ao fim do ciclo. As medidas são mais do mesmo, não tem soluções", concluíra
o deputado comunista.
Lusa,
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