Líder
comunista prevê insucesso do atual governo nas próximas eleições. No entanto,
não vê no PS uma “verdadeira alternativa”, fechando quase totalmente a porta a
um acordo de governação.
Jerónimo
de Sousa não poupa críticas à coligação do governo. Em entrevista ao Jornal de
Negócios, o líder do Partido Comunista ataca abertamente as decisões políticas
de Passos Coelho e Paulo Portas e fala de incoerência, não esquecendo os
socialistas: “Hoje a democracia está mais fragilizada precisamente porque os
partidos PSD, PS e CDS dizem uma coisa na campanha eleitoral e nos seus
programas para depois fazerem uma coisa totalmente diferente”.
Para
o governo, Jerónimo de Sousa prevê um futuro sombrio, a começar nas próximas
eleições: “PSD e CDS vão sofrer uma derrota pelo mal que fizeram aos
trabalhadores e ao povo português”. Questionado sobre a oposição, o líder
comunista diz que o PS “não quer uma verdadeira alternativa”, o que torna
difícil um entendimento com o PCP.
“É
evidente que o PS está muito mais próximo do PSD do que, obviamente, de uma
proposta para uma política patriótica e de esquerda”, acusa Jerónimo de Sousa,
antes de fechar parcialmente a porta: “O problema não está no entendimento. O
problema está em entendermo-nos em torno do quê”.
O
histórico do Partido Comunista falou também dos líderes partidários, guardando
poucos elogios para os principais rivais. António Costa recebeu as palavras
mais brandas, por existir entre ambos “um ponto de consenso”: “Somos ambos
benfiquistas”.
Passos
Coelho tem direito a palavras menos simpáticas: “Foi o fiel executor de uma
política desgraçada para o nosso país e para o nosso povo”. Para Paulo Portas
fica reservada uma ‘farpa’ mais pessoal: “É um habilidoso que consegue dizer
uma coisa hoje e outra amanhã sempre com a mesma cara séria”. “Mas isto não
durará para sempre”, garante Jerónimo de Sousa.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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