Juncker,
o presidente da Comissão Europeia, foi aplaudido quando disse que a Europa
representa "um lugar de esperança, um céu de estabilidade aos olhos de
homens e mulheres no Médio Oriente e em África" e isso "deve ser um
motivo de orgulho e não uma razão para ter medo".
O
presidente da Comissão Europeia defende que enquanto houver guerra na Síria e
terror na Líbia a crise dos refugiados não vai desaparecer. No primeiro
discurso sobre o Estado da União, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, Junker
argumentou que a Europa está a combater o Estado Islâmico e não pode recusar-se
a receber as pessoas que fogem dos extremistas.
Junker
considera uma prioridade da Europa acabar com a retórica e exigir acções
concretas dos estados membros para o acolhimento de refugiados. Num discurso
emotivo, o presidente da Comissão apela aos europeus para mostrarem compreensão
perante o problema: "Imaginem, por um segundo, se fossem vocês, com os
vossos filhos nos braços. O mundo que conhecem a desmoronar à vossa volta. Não
haveria preço que não pagassem. Não haverá muro que vocês não subam, nem mar
que não atravessem, nem fronteira que não cruzem, se houver uma guerra e a
barbárie do chamado estado islâmico de que vocês estejam a fugir".
Por
isso, Juncker pede aos europeus para não serem contraditórios. "Nós
estamos a combater o estado islâmico", sublinha, deixando a pergunta:
"Então porque não estamos preparados para aceitar aqueles que fogem ao
Estado Islâmico? Nós temos de aceitar essas pessoas no território
europeu".
O
presidente da Comissão lembrou que os refugiados que querem ficar na europa
representam 0,11 por cento de toda a população europeia e lembrou a história
para apelar uma vez mais à sensibilidade dos europeus: "Devemos
lembrar-nos bem que a Europa é um continente em que, quase todos, foram uma vez
refugiados. A nossa história é marcada por milhões de europeus a fugirem da
perseguição por motivos religiosos, da guerra, das ditaduras e da
opressão".
Juncker
sugeriu ainda que não se façam distinções de pessoas pela condição religiosa.
"Estamos hoje a falar de seres humanos que vêm da Síria e da Líbia. E isto
pode facilmente ser o caso da Ucrânia amanhã. Estaremos a fazer selecções e a
distinguir entre cristãos, judeus, muçulmanos? Este continente provocou as
piores experiências por distinguir na base de critérios religiosos. Não há
religião, nem credo, nem filosofia quando se trata de refugiados que estão em
fuga".
Por
isso, o presidente da Comissão entende que ninguém pode ficar de braços
cruzados: "Não há espaço para poemas, nem retórica. Acção é o que é
preciso nos tempos que correm".
O
presidente Comissão Europeia, no discurso sobre o estado da União, defende que
a Europa tem a obrigação de dar acolhimento aos refugiados que procuram a
segurança e a paz na Europa.
Foto:
Leonhard Foeger/REUTERS
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