Ana
Suspiro – jornal i
Comunicado
à CMVM relaciona transacções com ex-chefe de gabinete de Sarkozy. Banco francês
nega que acções fossem de Xavier Musca
O
Crédit Agricole negou que as acções do Banco Espírito Santo (BES) vendidas em
Maio fossem detidas pelo seu administrador Xavier Musca. A ligação destas
operações ao administrador do banco francês foi feita num comunicado enviado
pelo BES à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que identifica a
alienação de 35,8 milhões de acções por um total de 32,6 milhões de euros em
quatro operações realizadas antes do aumento de capital do BES.
Com
base neste comunicado, que tem o título de "Comunicação de transacção de
dirigente", o i noticiou na edição de sábado que as operações
foram feitas pelo administrador do Crédit Agricole, Xavier Musca, que foi chefe
de gabinete de Sarkozy. O banco francês assegura contudo que as acções
alienadas eram do Crédit Agrícole e não do administrador. A comunicação foi
atribuída ao gestor do banco francês porque este era administrador das duas
instituições em simultâneo.
Segundo
o comunicado emitido ontem pelo banco francês, as alienações em causa
"foram realizadas pelo Crédit Agricole no âmbito das operações preparatórias
do aumento de capital do BES, anunciado em 16 de Maio passado". As
transacções só foram colocadas no site do supervisor da bolsa a 15 de Julho,
com excepção da primeira que envolve 13 milhões de acções do BES, cuja
comunicação foi feita em Maio pelo Crédit Agricole sem qualquer referência ao
administrador comum. O comunicado do BES refere que o motivo da comunicação
resulta do facto de Xavier Musca ser ao mesmo tempo administrador executivo do
Crédit Agricole e do BES.
O
comunicado foi colocado no capítulo de transacções de dirigentes em que são
comunicadas compras e vendas de acções feitas por administradores ao abrigo do
artigo 248-B do Código que define as regras de comunicação destas operações. O
prazo legal para comunicação de transacções ao abrigo deste artigo são cinco
dias úteis, mas as quatro operações de venda de acções relacionadas com Xavier
Musca só foram divulgadas pelo BES na CMVM a 15 de Julho.
No
final do comunicado é referida a participação do banco francês no BES e
sublinhado que o gestor em causa não tinha acções do banco, após as
transacções. Não obstante, terá sido considerado que o Crédit Agrícole era uma
entidade estreitamente relacionada com o Xavier Musca, que também era
administrador do BES, daí a comunicação da venda de acções tenha sido feita em
seu nome.
No
final de 2013, Xavier Musca era um de quatro administradores do Crédit Agricole
que estavam também na administração do BES.
Na
foto: Xavier Musca - Philippe Wojazer / Reuters
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