A
maioria das antigas casas dos Patrões das Roças já ruiu. As autoridades
assistiram impávidos a desgraça que enterrou grande parte da memória colectiva
do país. O mais recente episódio foi o desmoronamento de uma parte do antigo
hospital da Roça Agostinho Neto, ex-Rio do Ouro.
No
entanto no âmbito da semana nacional do turismo, o Primeiro-ministro Gabriel
Costa, anunciou no último Domingo que o seu Governo com menos de dois meses de
mandato, vai lançar um concurso público internacional, para salvar cerca de
duas dezenas dos antigos palácios das roças. «O governo está empenhado em
lançar um concurso internacional para que possamos por um lado preservar o
património arquitectónico dessas casas coloniais, mas também
para o desenvolvimento do turismo rural e ecológico, para que a nossa população
participe activamente no desenvolvimento dessa forma de turismo», declarou o
Chefe do Governo.
Sem
piedade, o país devorou os recheios das antigas casas de Patrão das Roças, e
assistiu o desmoronamento das mesmas. A maioria delas foi apoderada por gentes
nacionais que preferiram conviver com o cenário de escombros, parecido com um
lugar que sofreu bombardeamento aéreo, do que agir no sentido da manutenção das
casas, de valor arquitectónico e histórico.
O
Primeiro-ministro reconehece, que os palácios que existiam nas roças, são de
grande importância histórica. «Representam um passado histórico, um património
daqueles que com o seu sangue e suor regaram as plantações e cacau e café.
Essas casas estão abandonadas é preciso que não deixemos morrer aquilo que eu
considero ser a nossa memória colectiva», sublinhou.
Resta
saber se o tempo que as autoridades nacionais deram oportunidade, para devorar
as casas que representam a memória colectiva, será complacente com o Primeiro
Ministro, para tentar pelo menos abrir o concurso público da salvação.
Abel
Veiga - Téla Nón
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