segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Angola: A ECONOMIA DO MAR



Jornal de Angola, editorial

O sector das pescas está a merecer uma atenção particular do Estado. O Executivo quer desenvolver as pescas, através do aumento do investimento na infra-estrutura e na formação profissional. Se há sector que pode contribuir para o crescimento da produção interna não petrolífera, esse sector é a pesca.

O sector das pescas pode ter um peso maior na estrutura do Produto Interno Bruto(PIB), se tivermos em conta o facto de serem muitas as potencialidades marinhas por explorar em Angola. 

Não é por acaso que as pescas constam do Plano Nacional de Desenvolvimento 2013/2017 como um sector fundamental da economia nacional.

É acertado e prudente que o Executivo concentre esforços no lançamento das “bases para a intensificação do processo de diversificação estrutural da economia”, como indicou o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na sua mensagem à Assembleia Nacional sobre a proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2015.

A economia do mar tem de estar bem alinhada com o Plano de Desenvolvimento Nacional, pelos recursos marinhos de que o país dispõe,que dão ao sector das pescas uma dimensão única. 

É necessário que os desafios, estejam eles na agricultura, nas pescas ou na indústria, sejam enfrentados com transformações focadas nos resultados. Temos de fazer tudo para vermos avanços reais no sector produtivo não petrolífero da economia. Este sector tem de contribuir para a melhoria das condições de vida das populações.

Há instrumentos que definem já o que há a fazer para a diversificação da economia ganhar um ritmo mais acelerado e representar mais um factor de crescimento económico. A diversificação deve assentar numa infra-estrutura forte, que lhe dá sustentabilidade e assegura actividades produtivas contínuas. Uma base infra-estrutural sólida é garantia de bons resultados na actividade económica com benefícios para as comunidades.
 
As empresas públicas e privadas têm um papel importante a desempenhar neste processo de diversificação da economia. Podem aproveitar muitas áreas produtivas indispensáveis ao crescimento. E uma dessas áreas é, sem dúvida,as pescas. Nessa área já decorrem acções destinadas a reabilitar a infra-estrutura de apoio. 

Nas pescas trabalha-se também na formação de quadros. Este é, também, um capital fundamental para a realização das grandes mudanças produtivas e para o desenvolvimento de actividade empresarial avançada, sem a qual não é possível fazer crescer a economia.

A diversificação da economia tem de ser acompanhada pelo surgimento de um sector empresarial forte. As empresas são o motor do crescimento económico e torna-se necessário que a eficiência seja a base da actividade das empresas públicas ou privadas.

Temos de encarar a diversificação da economia como um processo urgente que pode proporcionar, além de um aumento da oferta de bens e serviços à população, um crescimento das receitas públicas.

Há uma série de vantagens em diversificar a economia. Temos de deixar de estar agarrados apenas ao petróleo e aos diamantes. Angola tem outros recursos que podem ajudar a criar riqueza. O petróleo e os diamantes não resolvem todos os problemas económicos, sobretudo em épocas em que há queda na procura desses recursos. 

Os departamentos ministeriais e os institutos públicos directamente encarregados  da execução de políticas de fomento da produção devem ser instituições dinamizadoras do processo de diversificação e impulsionadoras das acções destinadas a dar novos rumos à nossa economia. Mas todo este começou tem de partir de uma mudança de mentalidade.

Os caminhos da diversificação da economia devem ser trilhados com a convicção de que se trata de uma missão fundamental para o futuro do país. 

O Estado, as empresas e as famílias devem dar provas de iniciativa, mostrando quais são os novos espaços da economia onde é possível realizar negócios e desenvolver o empreendedorismo.

O sector das pescas pode dar maior contribuição à diversificação da economia. Com isso pode ajudar a melhorar a segurança alimentar das populações. As potencialidades piscatórias do país são imensas. Mas é preciso que os planos de desenvolvimento se concretizem. A economia do mar pode  ajudar a ultrapassar muitos problemas da sociedade.

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