sábado, 26 de setembro de 2015

Portugal pós-eleições. GOVERNO DE INICIATIVA PRESIDENCIAL? É POSSÍVEL



Especialistas divergem quanto à interpretação do que está estipulado na Constituição da República Portuguesa relativamente a ausência de maiorias absolutas numa eleição.

O constitucionalista Vital Moreira disse, esta semana, que o partido que deve ser chamado a formar governo deve ser o que tiver mais votos, sendo que as coligações se extinguem no ato eleitoral e, por isso, os votos seriam contabilizados por cada partido, e não por coligação.

Mas para Paulo Otero a interpretação é outra: “O que interessa é se o número de deputados da coligação são mais ou menos do que os do PS”, pois o Presidente da República “deve atentar aos resultados eleitorais e isso significa que tem de ter em conta a existência de uma coligação, caso esta vença”.

“Se uma coligação ganha as eleições, ou seja, tem o maior número de mandatos, deve ser a coligação a ser chamada a formar governo”, garante o especialista em entrevista ao Diário de Notícias.

Caso o Presidente considere que a coligação vencedora não tem condições para formar um governo que se traduz em estabilidade, então Paulo Otero considera que o Chefe de Estado “pode tentar que haja um governo de unidade nacional com os três partidos (PSD, CDS e PS)”.

Mas ainda há outra hipótese: “um governo de iniciativa presidencial, liderado por um independente”.

Tendo em conta, lembra o Diário de Notícias, que é pouco provável que haja uma maioria nas eleições, pelo menos a julgar pelos resultados das sondagens, então o constitucionalista considera que Cavaco – que não pode dissolver a Assembleia porque está em final de mandato e a mesma não pode ser dissolvida até seis meses após o sufrágio – “pode condicionar a Assembleia, dizendo que não dá posse a outro governo e que terá de ser outro presidente a convocar eleições.

Notícias ao Minuto

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