terça-feira, 25 de outubro de 2011

Jovens ocupam Cinelândia no Rio de Janeiro inspirados no movimento "Ocupe Wall Street"




RTP

Um grupo de cerca de 40 jovens ocupa neste momento a Praça da Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, como uma forma de protesto semelhante a outros que têm ocorrido em vários países.

O "movimento permanente de ocupação" brasileiro, como lhe chamam os seus próprios elementos, começou através das redes sociais, com a criação do evento "Ocupa Rio", que contou com a adesão de diferentes grupos com diversas reivindicações.

"O mais importante é frisar que somos um movimento pacífico, horizontal e apartidário. Ninguém aqui fala pelo coletivo, e cada um tem a sua própria reivindicação", explicou hoje à Lusa um dos manifestantes, que não quis identificar-se.

Muitos dos manifestantes chegaram à Praça da Cinelândia, no domingo à noite, onde montaram barracas e passaram a noite. Durante o dia de hoje, contavam-se mais de 40 barracas montadas no local e alguns cartazes começavam a ser colocados.

As reivindicações vão desde uma reforma agrária à não construção da central hidroelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Alguns dos cartazes, porém, têm frases mais abrangentes como: "Nós por Nós mesmos" e "Enquanto eles não nos deixarem sonhos, não os deixaremos dormir".

Na página do facebook do evento "Ocupa Rio" há quase 900 pessoas que aderiram ao movimento. Mas numa clara menção à pouca adesão "real", em comparação com o número de simpatizantes virtuais, um dos cartazes colocado na Praça da Cinelândia diz: "Saia da sua casa-cela: sua vida vale mais do que um capítulo de novela".

Ao início da tarde de hoje, cerca de 30 manifestantes do grupo "Heróis do Cotidiano" realizaram uma "gargalhada coletiva" em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, repetida em seguida diante de uma filial do banco privado HSBC, ambos localizados nos arredores da Praça da Cinelândia, onde está montado o acampamento permanente.

"Nós buscamos apoiar esses movimentos [pelo mundo], não diria que somos influenciados", afirmou um dos acampados.

Outro estudante, que também preferiu não dar o nome, defendeu que a intenção seria "criar um movimento único de ocupação mundial".

O estudante de psicologia Saulo Francisco contou à Lusa que chegou no domingo à noite e que a intenção é fazer uma ocupação permanente. "Não há previsão de até quando vamos ficar", afirmou.

A maior parte dos integrantes do movimento são estudantes na faixa dos 20 anos. Alguns deles saem para trabalhar ou estudar durante o dia, mas voltam para passar a noite no local, como forma de protesto.

Os manifestantes informaram que a Guarda Municipal chegou a abordá-los por duas vezes, mas que entenderam os seus argumentos.

1 comentário:

Daniel Spirin disse...

Boa descrição dos fatos, sem tendências ou má-fé. Diferente do que se vê na grande mídia. Apenas informação.

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