Macau,
China, 24 out (Lusa) - O deputado pró-democrata Au Kam San defendeu hoje, na
Assembleia Legislativa (AL), que a única forma de evitar em Macau protestos
semelhantes aos de Hong Kong é respondendo às solicitações de democracia vindas
da sociedade.
"Alguns
residentes de Macau estão chocados com o que se está a passar em Hong Kong. Então ,
como se pode evitar que situação idêntica aconteça em Macau? Na minha opinião,
o Governo deve responder seriamente às solicitações de democracia por parte da
sociedade", afirmou o deputado.
Au
Kam San, que falava no período antes da ordem do dia, lembrou que a luta da
região vizinha pelo sufrágio universal é de longa data e foi impulsionada por
um "incidente que lhes fez tremer a alma, o 4 de junho" - uma rara
referência ao massacre de Tiananmen na AL de Macau.
"As
gentes de Hong Kong apanharam um susto, sentiram que tinham regressado a um
país onde não há democracia, e perceberam que sem democracia não há salvaguarda
da liberdade", explicou.
Desde
então, e mesmo tendo sido "sucessivamente enganados", os residentes
de Hong Kong "nunca abriram mão da democracia", um regime que
"prejudica os almoços políticos gratuitos", salientou.
No
entanto, os receios que o Governo Central possa ter em relação à eleição direta
do chefe do executivo em
Hong Kong , não se aplicam em Macau, constatou Au Kam San.
"A
fação pró-Pequim tem por cá uma força poderosa, os empresários são mais unidos,
os média também são autodisciplinados e a sociedade está totalmente
controlada", indicou.
Assim
sendo, "mesmo que em Macau se implemente o sufrágio universal para a
eleição do chefe do Executivo, estamos em crer que serão bem menores as dores
de cabeça para o Governo Central", defendeu.
ISG
// VM - Lusa
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