quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

AUSTRÁLIA VAI ACOLHER ATÉ 18.750 REFUGIADOS NOS PRÓXIMOS QUATRO ANOS




Sydney, Austrália, 03 dez (Lusa) -- A Austrália vai admitir mais 7.500 refugiados nos próximos quatro anos, elevando para 18.750 o número de pessoas acolhidas por motivos humanitários nesse período, anunciou hoje o ministro para a Imigração, Scott Morrison.

A decisão, adotada após um acordo com um grupo de senadores para repor os vistos de proteção temporário, representa um custo para o Estado australiano de 84,5 milhões de dólares (67,9 milhões de euros), segundo a agência local AAP.

O Governo também acordou implementar alterações com vista a uma maior sintonia com os princípios da Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR), especialmente em relação à eficiência e imparcialidade na avaliação dos requerentes.

O processo para acelerar a tramitação dos requerentes de asilo será limitado aos 30.000 casos que ficaram pendentes durante o anterior Governo trabalhista.

Assim, cerca de 25.000 requerentes de asilo que obtenham um visto de proteção temporário vão poder trabalhar na Austrália, receber os benefícios da segurança social e saúde, mas não terão direito a pedir a reunificação familiar nem a pedir o visto de proteção permanente.

Estes visdos, que serão concedidos por um período máximo de três anos e aos quais se opõe a oposição trabalhista e verde, foram implementados pelo Governo conservador de John Howard em 1999 e abolidos pelo trabalhista Kevin Rudd em 2008.

Por sua vez, o Governo australiano aprovou uma lei que vai aumentar os poderes das autoridades para devolver os requerentes de asilo, entre outras medidas.

Milhares de emigrantes embarcam todos os anos na Indonésia com o objetivo de chegar à Austrália e pedir asilo, mas a maioria é intercetada pela guarda costeira australiana e levada para os centros de detenção em países terceiros, enquanto outros naufragam e morrem.

O ACNUR critica há algum tempo as condições "desumanas" nos centros de detenção de imigrantes que a Austrália financia em Nauru e Papua Nova Guiné, a mais de 2.000 quilómetros daquele país.

FV // JCS

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