Macau,
China, 03 dez (Lusa) - Cerca de uma centena de trabalhadores envolvidos na
construção do novo campus da Universidade de São José, em Macau, não recebe
salários desde setembro, uma situação que a instituição de ensino diz ser da
responsabilidade do empreiteiro.
Hoje,
os trabalhadores juntaram-se no local da obra, na Ilha Verde, para protestar
contra a situação, convocando a presença da polícia e da Direção dos Serviços
para os Assuntos Laborais (DSAL).
Segundo
o canal chinês da Rádio Macau, estão em causa cerca de sete milhões de patacas
(cerca de 700 mil euros).
Em
declarações à agência Lusa, a DSAL explicou que, perante a movimentação dos trabalhadores,
o empreiteiro (cuja identidade não foi revelada) avançará com os pagamentos em
dívida na sexta-feira. Uma eventual sanção ao construtor está ainda dependente
do efetivo pagamento no prazo prometido.
A
Universidade de São José, ligada à Universidade Católica Portuguesa, lamenta a
disputa laboral, mas garante que "sempre cumpriu as obrigações do contrato
com a empresa de construção e nunca se atrasou no pagamento de fundos
relevantes para a empresa", indicou, em resposta à Lusa.
"Ficamos
satisfeitos de saber que as duas partes chegaram a um acordo para resolver a
disputa e retomar a construção", disse ainda a universidade.
A
Universidade de São José foi criada em 1996 e pertence à Fundação Católica, uma
instituição fundada pela Universidade Católica Portuguesa e pela Diocese de
Macau.
A
construção do novo campus da universidade na Ilha Verde foi iniciada a 03 de
maio do ano passado. O projeto estava projetado para começar em 2009 mas acabou
por sofrer uma série de atrasos que impediram que estivesse pronto em 2011,
como previsto.
No
início deste ano, o reitor Peter Stilwell previu que o complexo estivesse
pronto a receber aulas no ano letivo 2015/2016.
A
Universidade de São José esteve recentemente envolta em polémica quando, em
junho, despediu o professor de Ciência Política Éric Sautedé, devido aos seus
comentários à imprensa sobre a política local - uma justificação confirmada por
Peter Stilwell. Na mesma altura, a mulher de Sautedé, Émilie Tran, perdeu o
cargo de diretora da Faculdade de Administração e Liderança, passando a exercer
apenas funções de docente.
ISG
// VM
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