Nicolau Santos –
Expresso, opinião
Teodora Cardoso é
seguramente das melhores economistas do país, com uma larguíssima experiência
em matéria de Finanças Públicas. Participou nas duas equipas que negociaram os
anteriores acordos com o Fundo Monetário Internacional, em 78-79 e 83-85. E atualmente
é presidente do Conselho de Finanças Públicas.
Ora Teodora
Cardoso, insuspeita de ser apoiante deste ou de qualquer Governo, disse nas
jornadas parlamentares do PSD que seria interessante taxar os levantamentos
sobre as contas-poupanças de todos os que recebam os ordenados por essa via.
Eu confesso que
fico estupefacto. Depois do enorme aumento de impostos decidido por Vítor
Gaspar, que entrou em vigor em 2013 e continua a fazer-se sentir de forma muito
pesada (só nos dois primeiros meses do ano, o IRS voltou a crescer 14,7%!);
depois de vários indicadores mostrarem que estamos no limite (ou já o
ultrapassámos mesmo) do esforço fiscal das famílias; lançar um novo imposto não
só não faz sentido como pode agravar o colapso em matéria de rendimentos em que
se encontram muitas famílias, que as tem levado a deixar de pagar ao fisco ou
os empréstimos contraídos junto da banca.
Acresce que há
muito que os clientes bancários e as organizações de defesa dos consumidores
travam uma batalha contra a banca no sentido de evitar que esta cobre comissões
pelos levantamentos nas caixas multibanco. Se a ideia de Teodora Cardoso fosse
avante, claro que também esta iria.
Por isso, não há
outra maneira para qualificar esta proposta senão com esta frase: "Livra,
dra. Teodora! Que raio de ideia!"
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