O
Presidente moçambicano, Armando Guebuza, convocou para hoje o Conselho de
Estado, que terá como ponto único da agenda a discussão do conflito militar que
opõe Governo e a oposição da Renamo na região centro do país.
O
líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, não tomou
posse no Conselho de Estado, por não reconhecer os resultados das eleições em
2009, e mantém-se em parte incerta algures na serra da Gorongosa, província de
Sofala, cercado por forças do exército.
Os
confrontos no centro de Moçambique, onde a Renamo tinha as suas principais
bases durante a guerra civil de 16 anos, que terminou em 1992, foram
provocados, primeiro, por divergências em torno da lei eleitoral, já
ultrapassadas, e depois por desentendimentos em torno do desarmamento do braço
armado do partido.
As
negociações que as partes mantêm desde há mais de um ano têm conduzido a alguns
avanços, mas permanecem bloqueadas devido à exigência da Renamo em incorporar
os seus quadros nas forças de defesa e segurança, em troca da desmilitarização
do movimento.
A
reunião de hoje tem ainda como pano de fundo as emboscadas quase diárias que
homens armados da Renamo realizam num troço de cem quilómetros entre Save e
Múxunguè na estrada N1, a única que liga o sul ao centro de Moçambique, e onde
só é permitido circular com escolta do exército.
Além
disso, as forças de defesa e segurança moçambicanas reforçaram posições na
serra da Gorongosa, onde se confrontam com os militares da Renamo.
O
número de baixas neste conflito, incluindo civis, é desconhecido.
Várias
organizações da sociedade civil juntaram-se no sábado em Maputo e nas capitais
provinciais moçambicanas para exigir um entendimento entre Governo e Renamo:
"Stop ao derramamento de sangue! Queremos Paz", podia ler-se numa das
faixas empunhadas pelos manifestantes.
O
Conselho de Estado moçambicano é atualmente constituído por 18 membros,
incluindo Armando Guebuza, o presidente da Assembleia da República, o
presidente do Conselho Constitucional, o provedor de Justiça, o antigo
Presidente Joaquim Chissano, dois ex-presidentes da Assembleia da República,
sete personalidades eleitas pelo parlamento e quatro personalidades indigitadas
pelo chefe de Estado.
Moçambique
tem previstas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias
provinciais) para 15 de outubro.
Lusa,
em Notícias ao Minuto
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