segunda-feira, 7 de julho de 2014

Moçambique: CONSELHO DE ESTADO DISCUTE CONFLITO NO CENTRO DO PAÍS




O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, convocou para hoje o Conselho de Estado, que terá como ponto único da agenda a discussão do conflito militar que opõe Governo e a oposição da Renamo na região centro do país.

O líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Afonso Dhlakama, não tomou posse no Conselho de Estado, por não reconhecer os resultados das eleições em 2009, e mantém-se em parte incerta algures na serra da Gorongosa, província de Sofala, cercado por forças do exército.

Os confrontos no centro de Moçambique, onde a Renamo tinha as suas principais bases durante a guerra civil de 16 anos, que terminou em 1992, foram provocados, primeiro, por divergências em torno da lei eleitoral, já ultrapassadas, e depois por desentendimentos em torno do desarmamento do braço armado do partido.

As negociações que as partes mantêm desde há mais de um ano têm conduzido a alguns avanços, mas permanecem bloqueadas devido à exigência da Renamo em incorporar os seus quadros nas forças de defesa e segurança, em troca da desmilitarização do movimento.

A reunião de hoje tem ainda como pano de fundo as emboscadas quase diárias que homens armados da Renamo realizam num troço de cem quilómetros entre Save e Múxunguè na estrada N1, a única que liga o sul ao centro de Moçambique, e onde só é permitido circular com escolta do exército.

Além disso, as forças de defesa e segurança moçambicanas reforçaram posições na serra da Gorongosa, onde se confrontam com os militares da Renamo.

O número de baixas neste conflito, incluindo civis, é desconhecido.

Várias organizações da sociedade civil juntaram-se no sábado em Maputo e nas capitais provinciais moçambicanas para exigir um entendimento entre Governo e Renamo: "Stop ao derramamento de sangue! Queremos Paz", podia ler-se numa das faixas empunhadas pelos manifestantes.

O Conselho de Estado moçambicano é atualmente constituído por 18 membros, incluindo Armando Guebuza, o presidente da Assembleia da República, o presidente do Conselho Constitucional, o provedor de Justiça, o antigo Presidente Joaquim Chissano, dois ex-presidentes da Assembleia da República, sete personalidades eleitas pelo parlamento e quatro personalidades indigitadas pelo chefe de Estado.

Moçambique tem previstas eleições gerais (presidenciais, legislativas e assembleias provinciais) para 15 de outubro.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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