segunda-feira, 7 de julho de 2014

FAO lança campanha de vacinação contra Newcastle para erradicar subnutrição




A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou uma campanha de vacinação contra a Newcastle em 15 distritos de Moçambique, para erradicar a subnutrição e aumentar o rendimento das famílias camponesas.

A iniciativa, financiada pela União Europeia, para o controle da Newcastle nas galinhas do setor familiar, recurso vital para a nutrição e economia de 70 por cento da população rural, deverá abranger 62 mil famílias nas províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia (centro) e Nampula (norte).

"A Newcastle é uma virose muito nefasta e quando eclode um surto há um nível de mortalidade que atinge 70 a 80 por cento das aves, e isso tem um impacto relevante, porque as aves têm um papel crítico na nutrição e no rendimento das comunidades", disse Castro Camarada, representante da FAO em Moçambique.

Castro Camarada disse que a organização vai apostar na prevenção da doença por ser irreversível quando ataca um bando de aves nas comunidades, que tem a galinha como principal proteína animal.

"A Newcastle tem uma incidência muito frequente em Moçambique. Normalmente, as comunidades só se assustam quando veem as aves caírem, e não é reversível. Se a ave não estiver vacinada contra a Newcastle não existem mecanismos de prevenção e combate", declarou o angolano.

Além da componente de vacinação, disse, a FAO vai apoiar o Governo moçambicano no aumento da capacidade de produção da vacina no país, que inclui equipamento laboratorial e de frio, essencial para o sucesso da campanha.

Contudo, Rosa Costa, diretora regional da África Austral (SADC) da Fundação Kyeema, que inclui o Centro Internacional da Avicultura Rural, disse que a adoção de Moçambique da vacina termo-estável para Newcastle vai melhorar o acesso da vacina, por usar baixos recursos e técnicas simples de produção.

"A vacina termo-estável adequa-se às condições locais dos distritos sem energia, contrariamente a outras vacinas. Resiste até três dias fora do sistema de frio", explicou Rosa Costa, cuja fundação é responsável pela formação dos vacinadores comunitários.

Moçambique já produz a vacina termo-estável, desenvolvida pela universidade de Queesland, na Austrália, desde 1996, quando foi introduzida no país a título experimental, tendo em 2003 sido disponibilizada apenas nas províncias de Gaza e Inhambane (sul), Tete e Sofala (centro) e Nampula (norte).

Na SADC, a Fundação Kyeema tem vindo a trabalhar no controle da Newcastle em Moçambique, Tanzânia, Angola, Zâmbia e Malauí, prevendo abranger mais sete países africanos em breve através de uma parceria com o centro pan-africano de produção de vacina, sediado na Etiópia.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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