A
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) lançou uma
campanha de vacinação contra a Newcastle em 15 distritos de Moçambique, para
erradicar a subnutrição e aumentar o rendimento das famílias camponesas.
A
iniciativa, financiada pela União Europeia, para o controle da Newcastle nas
galinhas do setor familiar, recurso vital para a nutrição e economia de 70 por
cento da população rural, deverá abranger 62 mil famílias nas províncias de
Manica, Sofala, Tete e Zambézia (centro) e Nampula (norte).
"A
Newcastle é uma virose muito nefasta e quando eclode um surto há um nível de
mortalidade que atinge 70 a
80 por cento das aves, e isso tem um impacto relevante, porque as aves têm um
papel crítico na nutrição e no rendimento das comunidades", disse Castro
Camarada, representante da FAO em Moçambique.
Castro
Camarada disse que a organização vai apostar na prevenção da doença por ser
irreversível quando ataca um bando de aves nas comunidades, que tem a galinha
como principal proteína animal.
"A
Newcastle tem uma incidência muito frequente em Moçambique. Normalmente ,
as comunidades só se assustam quando veem as aves caírem, e não é reversível.
Se a ave não estiver vacinada contra a Newcastle não existem mecanismos de
prevenção e combate", declarou o angolano.
Além
da componente de vacinação, disse, a FAO vai apoiar o Governo moçambicano no
aumento da capacidade de produção da vacina no país, que inclui equipamento
laboratorial e de frio, essencial para o sucesso da campanha.
Contudo,
Rosa Costa, diretora regional da África Austral (SADC) da Fundação Kyeema, que
inclui o Centro Internacional da Avicultura Rural, disse que a adoção de
Moçambique da vacina termo-estável para Newcastle vai melhorar o acesso da
vacina, por usar baixos recursos e técnicas simples de produção.
"A
vacina termo-estável adequa-se às condições locais dos distritos sem energia,
contrariamente a outras vacinas. Resiste até três dias fora do sistema de
frio", explicou Rosa Costa, cuja fundação é responsável pela formação dos
vacinadores comunitários.
Moçambique
já produz a vacina termo-estável, desenvolvida pela universidade de Queesland,
na Austrália, desde 1996, quando foi introduzida no país a título experimental,
tendo em 2003 sido disponibilizada apenas nas províncias de Gaza e Inhambane
(sul), Tete e Sofala (centro) e Nampula (norte).
Na
SADC, a Fundação Kyeema tem vindo a trabalhar no controle da Newcastle em
Moçambique, Tanzânia, Angola, Zâmbia e Malauí, prevendo abranger mais sete
países africanos em breve através de uma parceria com o centro pan-africano de
produção de vacina, sediado na Etiópia.
Lusa, em Notícias ao Minuto
Lusa, em Notícias ao Minuto
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