sexta-feira, 4 de abril de 2014

BMI DESCE PREVISÃO DE CRESCIMENTO DE ANGOLA PARA 6,8% ESTE ANO




A consultora Business Monitor Internacional (BMI) reviu hoje em baixa as previsões de crescimento económico e de défice orçamental para este ano em Angola, devido aos números mais baixos que o esperado da produção de petróleo no ano passado

"A produção de petróleo mais fraca que o previsto levou-nos a rever as nossas previsões para Angola", escrevem os analistas da consultora britânica BMI, no sumário executivo do relatório sobre o ambiente empresarial no segundo maior produtor de petróleo em África a seguir à Nigéria.

"Prevemos agora um excedente da balança corrente de 6,7% do PIB em 2014 e 5,9% em 2015", o que compara com a previsão anterior de 8,8% e 7,8%, respetivamente, o mesmo acontecendo para a estimativa de crescimento da riqueza em Angola neste e no próximo ano: "Também por causa da produção de petróleo mais baixa que o esperado em 2013 e das revisões às nossas previsões para a produção, ajustámos a previsão para o crescimento económico, prevendo agora um crescimento de 6,8% este ano, comparado com 7,3%, antes", lê-se no documento, a que a Lusa teve acesso.

Apesar destas revisões em baixa, os analistas da BMI esperam que a atividade económica em Angola "melhore nos próximos trimestres depois de um 2013 desafiante" e sublinham que o principal motor de crescimento da economia angolana será o setor não petrolífero, "em grande parte pela forte despesa pública em infraestruturas e pelo forte crescimento dos consumidores".

Também por causa disto, "as contas de Angola vão manter-se no vermelho nos próximos anos porque uma agenda de desenvolvimento comandada pelo investimento público e por compromissos de despesa muito fortes faz com que as despesas do Estado suplantem as receitas", aumentando o défice de 2,2% em 2013 para 4%, este ano.

Sobre a inflação, cuja generalidade dos analistas considera que pode sofrer pressões devido à entrada em vigor da nova pauta aduaneira, os analistas da BMI consideram que o valor será "relativamente contido durante 2014" e até dizem que o crescimento dos preços pode ser "marginalmente menor que em 2013".

A descida nas previsões da BMI para a economia angolana foi também seguida pelo Fundo Monetário Internacional, que a 19 de março anunciou que prevê um crescimento de 5,3% da economia de Angola em 2014, bastante abaixo da previsão de 8,8% avançada pelo governo angolano.

O FMI manifesta-se ainda preocupado com o regresso de Angola ao défice orçamental e defende o fim dos subsídios dos combustíveis, substituindo-os por "transferências dirigidas para os setores mais vulneráveis".

Os 8,8% de crescimento do PIB previstos pelo governo angolano constam do Orçamento do Estado aprovado pelo parlamento.

Ainda do lado das preocupações e das críticas, o FMI prevê que, dada a baixa execução orçamental em 2013, o crescimento do PIB nesse ano seja de 4,1%, inferior aos 5,1% antecipados pelo governo.

Lusa, em Notícias ao Minuto

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