sexta-feira, 4 de abril de 2014

Holandesa SBM confirma que houve subornos na Guiné Equatorial e em Angola




A empresa holandesa de apoio à produção de petróleo 'SBM Offshore' confirmou haver provas de que parte dos cerca de 40 milhões de dólares que pagou a intermediários em Angola e na Guiné Equatorial serviram para subornar autoridades governamentais.

Um comunicado de imprensa divulgado na quarta-feira pela empresa holandesa, e citado pelo jornal brasileiro Globo, refere que "existem algumas provas" de que foram subornadas, direta ou indiretamente, autoridades governamentais entre 2007 e 2011, através de pagamentos feitos a intermediários no local, no total de pouco mais de 145 milhões de euros.

A empresa esclarece que os pagamentos, no valor de 145 milhões de euros, que foram feitos a intermediários em Angola, Guiné Equatorial e no Brasil são legítimos e normais, mas acrescenta que uma parte desse valor, que ainda não conseguiu identificar, pode ter ido parar, em forma de suborno, a pessoas com ligações diretas ou indiretas a autoridades governamentais de Angola e da Guiné Equatorial.

No caso do Brasil, a empresa assegura que apesar de existirem "sinais de alarme", "a investigação não encontrou quaisquer provas credíveis de que a empresa ou o agente da empresa fez pagamentos indevidos a responsáveis do Governo, incluindo empresas estatais; pelo contrário, o agente disponibilizou serviços legítimos e substanciais num mercado que é, de longe, o maior da companhia", lê-se no comunicado.

Os valores envolvidos nestes pagamentos a intermediários, de acordo com a auditoria feita externamente pelo departamento de auditoria forense da consultora PwC, são de 18,8 milhões de dólares na Guiné Equatorial (13,7 milhões de euros), 22,7 milhões em Angola (16,5 milhões de euros] e 139,1 milhões de dólares (101,4 milhões de euros) no Brasil, onde a empresa realiza a maior parte do seu negócio de assistência e apoio às estruturas que operam na produção de petróleo.

As conclusões da auditoria surgem no contexto da mudança da administração da empresa em 2012, que optou por uma postura de 'full disclosure' (divulgação total) no seguimento das queixas apresentadas por entidades terceiras relativamente aos subornos alegadamente feitos por intermediários para a obtenção, nesses três países, de benesses para a empresa holandesa.

Diário de Notícias (Funchal)

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